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Internacional
Sexta - 03 de Outubro de 2008 às 13:42

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A Casa dos Representantes (deputados) aprovou nesta sexta-feira o plano de ajuda bilionária ao setor financeiro proposto pelo governo, endossando assim a decisão do Senado tomada na quarta-feira (1). A aprovação coloca na mão do secretário do Tesouro, Henry Paulson, US$ 700 bilhões para tentar reverter a crise que abala o mercado financeiro. O pacote recebeu 263 votos a favor e 171 contra.

Assim que o presidente George W. Bush sancionar o texto, o projeto vira lei. Mais cedo, os deputados haviam decidido que o pacote iria à votação sem sofrer emendas, o que evita a necessidade de nova discussão.

Os deputados mudaram de opinião --a proposta foi rejeitada na última segunda-feira por 228 votos contra e 205 a favor-- depois de acrescentados itens que "adoçaram" o remédio que parecia apenas destinado a salvar o setor financeiro. Entre os itens incluídos pelo Senado estão US$ 150 bilhões em isenções e benefícios fiscais para a classe média, pequenos empresários e famílias atingidas por acidentes naturais.

Paulson agora tem a anuência do Congresso para comprar um artigo conhecido por um nome pouco atraente: títulos "podres", ou papéis cujo resgate é muito improvável --conseqüentemente, cujo risco de calote é alto. A maioria destes ativos são ligados às hipotecas "subprime" (de alto risco), raiz da crise financeira que atinge os EUA.

Ainda que muito aguardado, o pacote aparentemente não bastou para convencer o mercado financeiro. Um dia depois do "sim" do Senado, a maior parte das Bolsas asiáticas fecharam em queda; as européias subiram ao longo do dia, mas fecharam em baixa.

Em Wall Street, a quinta-feira foi de forte retração, influenciada por dados sobre o setor industrial e pedidos de seguro-desemprego. O temor é que o pacote não tenha chegado a tempo para evitar a "R-word" (a forma como o mercado financeiro se refere à recessão). No Brasil, a Bovespa fechou ontem em baixa de mais de 7%.

Além disso, ontem o FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgou documento no qual considera que o que começou como uma turbulência financeira há pouco mais de um ano, se tornou uma "crise intensa", que deve atingir duramente a economia dos EUA.

"[É] particularmente crucial que os poderes públicos adotem medidas enérgicas para favorecer o restabelecimento dos fundos próprios no sistema financeiro", diz o documento, que teve trechos divulgados ontem. "A reviravolta da conjuntura dos EUA pode ser mais violenta e pode evoluir para uma recessão."





Fonte: Folha Online

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