Produção industrial deverá ser menor daqui para frente, diz IBGE
Apesar da queda de 1,3% na passagem de julho para agosto, a produção industrial do país ainda mantém forte patamar em 2008. O coordenador da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Silvio Sales, disse que não foi constatada tendência de forte desaceleração para os próximos meses. Mesmo assim, diante do forte crescimento verificado no segundo semestre de 2007, espera-se que a indústria diminua o ritmo de expansão, na comparação com 2007.
Em agosto, a indústria ampliou a produção em 2% em relação a mês correspondente no ano passado. O resultado ficou bem abaixo do que vinha sendo constatado na mesma base de comparação, em outros meses. Em relação a 2007, a produção industrial vinha crescendo acima dos 6%.
Além da forte base de comparação, pesou o fato de que em agosto houve menos dois dias úteis em relação a igual mês no ano passado.
"O padrão mostra que a indústria, de forma geral, tem pico de produção em agosto ou setembro. O efeito do calendário, aliado à forte base do ano passado, ajudou a definir esse resultado. É esperada alguma desaceleração em função do forte movimento da indústria na segunda metade do ano passado. O resultado de agosto teve grande influência do efeito do calendário", explicou Sales.
O que confirma a manutenção de um bom ritmo na produção da indústria é a média móvel trimestral, que subiu 1%, ante 1,1% observado no mês anterior. Nessa média, todas as categoria de uso mantêm saldo positivo nessa média.
Segmento com maior peso na pesquisa, o setor de bens intermediários registrou queda de 2,7% na passagem de julho para agosto, mas subiu 1,5% se comparado a agosto de 2007. No ano, tem alta acumulada de janeiro a agosto de 5%.
"A produção de bens intermediários vinha crescendo há quatro meses consecutivos, com alta acumulada de 4,5%", disse Sales.
Alimentos
Já os bens de consumo semiduráveis e não duráveis, que caiu 0,3% em relação a julho, também apresentou retração em relação ao mesmo período em 2007. Houve queda de 1,1% na comparação com agosto de 2007. Esse resultado foi influenciado pela maior queda (- 7,4%) da produção de alimentos desde setembro de 2000. Naquela época, a produção de alimentos havia apresentado retração de 9,8% em relação a igual período no ano anterior.
"A produção de açúcar cristal caiu bastante, em função até da concorrência do álcool. É um produto que tem muito peso na indústria de alimentos. Além disso, a produção de suco de laranja teve problemas pontuais, aliado à redução das exportações", observou Sales.
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