Estudante descobre não ser filha dos pais em aula de genética
Uma aula sobre genética tumultuou a vida de uma família que vive em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Uma estudante descobriu que não poderia ser filha natural dos pais.
Elisa Peçanha Anderson ainda se lembra do dia do parto da filha mais velha, Miriam, há mais de 30 anos. “Eu só peguei o bebê no colo umas 7h30 da manhã, quando já estava na enfermaria. Tinha umas cinco mulheres com os bebês no mesmo quarto”, conta.
Miriam Anderson cresceu acreditando que Holmes e Elisa eram os seus pais. Na adolescência, durante uma aula de genética, ela entendeu que o tipo sanguíneo dos pais era incompatível com o dela. Foi até a professora tirar a dúvida, mas uma pergunta ficou sem resposta: o que aconteceu naquele dia do nascimento?
A dúvida acabou sendo devastadora para as relações familiares. Desde que Miriam levantou a suspeita, o assunto virou um tabu na família: ninguém queria falar na possibilidade de ela não ser filha biológica dos pais que sempre conheceu. Foram 10 anos de angústia, em que os pais chegaram a se separar. “Meu ex-marido achou que eu tinha traído, que Miriam era minha filha com outro homem”, diz Elisa.
No início deste ano, todos fizeram o exame de DNA. O resultado revelou que Miriam não é mesmo filha dos pais que a criaram. “Me faltou o chão”, resumiu Elisa. Depois do exame, dona Elisa e Miriam estão mais unidas. “Só sei que amo muito minha filha. Ela é minha vida”, diz, emocionada.
Pai, mãe e filha acreditam que Miriam pode ter sido trocada logo após o parto, no dia 27 de setembro de 1977, no Centro Obstétrico Doutor Benedito Gonçalves Pereira Nunes, que fica em Campos (RJ).
Agora, os três querem indenização e acesso aos documentos do hospital – afinal, a descoberta não acabou com a angústia da família. Eles querem saber o que aconteceu à outra criança.
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