McCain confirma presença no primeiro debate contra Obama
Depois de muito suspense, o candidato republicano à Casa Branca, John McCain, confirmou na manhã desta sexta-feira que irá ao primeiro debate contra o rival democrata Barack Obama. O debate acontece às 21h (22h em Brasília), na Universidade do Mississippi, em Oxford, Mississippi, e tem como tema política internacional e segurança nacional.
O debate estava em xeque desde quarta-feira (24), quando McCain anunciou que estava suspendendo toda a sua agenda de campanha para ir a Washington negociar a aprovação, no Congresso, de um plano de resgate econômico elaborado pela equipe do atual presidente, o também republicano George W. Bush.
Na tarde de quinta (25), enquanto McCain e Obama ainda chegavam a Washington, líderes de ambos os partidos anunciavam terem concordado a respeito das bases do plano.
Horas mais tarde, Bush, os presidenciáveis e os líderes partidários participaram de novo encontro, desta vez na Casa Branca. Os ânimos, então, mudaram, e o discurso otimista foi substituído por ressalvas a respeito dos pontos que ainda careciam de negociação.
Os democratas acusam McCain de ser, ao menos em parte, responsável pela mudança. Na saída da reunião, McCain fincou o pé na posição que havia estabelecido no dia anterior --só sairia de Washington com o acordo. No final, cedeu. Pouco antes de o rival embarcar com destino a Mississippi, também decidiu ir. "Ele está otimistas com o importante progresso que houve para um acordo bipartidário agora que há a inclusão de representantes de todas as partes nas negociações", afirmou a campanha republicana, em comunicado.
Não foi surpresa para a campanha democrata. Ontem à noite, Obama riu ao ser questionado por um jornalista da CNN sobre a possibilidade de McCain faltar. "Não vou especular agora."
Baques
O debate acontece depois de uma semana difícil para os republicanos. Na segunda-feira (22), o site Real Clear Politics mostrava que Obama estava à frente de McCain em sete entre nove pesquisas de intenção de voto feitas por diferentes institutos entre os últimos dias 9 e 21.
Na terça-feira, foram três golpes. O primeiro foi uma pesquisa do "USA Today", ABC News e da Universidade de Columbia que mostrou que 78% dos americanos acham que os EUA, nas mãos do republicano Bush, estão "no rumo errado". O segundo veio de pesquisa Associated Press/Yahoo News segundo a qual a candidata a vice republicana, a governadora do Alasca, Sarah Palin, não conseguiu conquistar os fãs "órfãos" da democrata Hillary Clinton.
O terceiro --e mais duro-- golpe veio de duas pesquisas --Pew Research e Bloomberg-- que indicaram a preferência dos americanos por Obama para lidar com a crise financeira que o país enfrenta. Foi depois deste resultado que McCain decidiu interferir nas negociações pela aprovação do plano da administração Bush.
Ontem (25), pesquisa Gallup ainda mostrou Obama com 47% dos votos e McCain com 44%.
Debates
McCain e Obama realizam três debates presidenciais neste ano, todos organizados pela Comissão de Debates Presidenciais. O primeiro será o desta sexta, às 21h (22h em Brasília), na Universidade do Mississippi. Deverá haver espaço para confronto direto entre os senadores.
O segundo acontecerá no próximo dia 7 de outubro, também às 21h (22h em Brasília), na Universidade Belmont, em Nashville, Tennessee. Naquele dia, os candidatos responderão questões enviadas por eleitores indecisos e moderadas por Tom Brokaw. O último debate será no dia 15 de outubro, no mesmo horário, na Universidade de Hofstra, em Hempstead, Nova York. O formato será parecido com o do primeiro, mas o tema será políticas internas e o moderador será Bob Schieffer.
Os eleitores acompanharão também um debate entre os candidatos a vice, o democrata Joe Biden e a republicana Sarah Palin. O encontro será 2 de outubro, às 21h (22h em Brasília), na Universidade Washington, em St. Louis, Missouri; e abordará tanto questões de política externa quanto de política interna.
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