Acusado de violentar filhos há mais de dois anos está preso

A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira, em Várzea Grande um homem acusado de atentado violento ao pudor contra os próprios filhos. A prisão do acusado foi feita por policiais da Delegacia de Capturas da Gerência Estadual da Polinter (Gepol). A prisão preventiva havia sido decretada no primeiro semestre deste ano pela juíza da Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Várzea Grande, mas o suspeito estava foragido. Só hoje ele foi encontrado pelos policiais. O acusado, de 38 anos foi detido no bairro Jardim Eldorado, em Várzea Grande.

De acordo com o processo que tramita na justiça, o acusado abusava sexualmente dos filhos, um menino de 12 anos, e duas meninas, de 8 e 10 anos. Ele foi encaminhado para o Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC).

Abusos ocorriam há mais de dois anos

De acordo com informações do Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Várzea Grade - Creas, que já acompanha o caso há pelo menos dois anos, o acusado é alcoólatra. Ele já foi preso pelo mesmo crime há três anos, mas foi colocado em liberdade.

O caso de abuso sexual contra os filhos começou contra a filha mais velha. Após algum tempo a mãe que, duvidava do comportamento do marido, chegou a flagrar o pai abusando de um dos filhos e resolveu denunciá-lo. Foi quando os órgãos de proteção infantil tomaram conhecimento do caso. Ele foi preso, mas diante da confissão de arrependimento a família passou a visitá-lo na cadeia, inclusive os filhos.

Após vários meses na cadeia ele foi solto e voltou para casa. Foi uma questão de dias para os abusos recomeçarem. Ele mostrava ciúme freqüente em relação aos filhos. Nem as meninas e nem o garoto podiam sair de casa. Os abusos eram cometidos na ausência da mãe e enquanto ela dormia. Os três filhos foram abusados, e de acordo com o Creas, além de molestar os filhos com freqüência e cometar atos de atentado violento ao pudor, também há suspeita de estupro.

A mãe começou a desconfiar que a violência continuava, mesmo após a primeira prisão do marido devido as constantes crises de choro dos filhos, problemas de comportamento e psicológico. Com os abusos constantes e um flagrante da mãe, a polícia foi acionada mais uma vez e o acusado fugiu. Mas nesta quinta-feira policiais da Polinter conseguiram prender o suspeito.

Crianças apresentam seqüelas

Especialistas que acompanham a família já detectaram vários sintomas da violência sofrida pelas crianças. Elas apresentam problemas como insônia, comportamento instável, não brincam, têm depressão, enfrentam baixo desempenho na escola e outros problemas, como por exemplo, doenças sexualmente transmissíveis.

O Creas é responsável pelo acompanhamento de crianças, adolescentes, mulheres e famílias vítimas de violência. O órgão também atua na recuperação de adolescentes que cumprem medida sócio-educativa em meio aberto, geralmente com problemas de dependência química e acusados de roubo.

Nos últimos três anos o Creas registrou 4.900 atendimentos a acomphamentos de crianças, adolescentes e famílias vítimas de violência como casos de abuso, exploração sexual, estupro e violência psicológica em Várzea Grande.

"A primeira atitude do Creas é acolher as denúncias, ouvir as vítimas, prestar atendimento psicossocial e encaminhá-las para educadores, psicólogos e à toda rede de proteção", disse a coordenadora. Essa rede envolve Conselho Tutelar, Secretaria de Saúde, de Educação, Departamento de Saúde Mental, de Tratamento Antidrogas e escolas. Neste processo também é acionada a rede de responsabilização como delegacia, promotoria e juizado.

A maioria das famílias também é pobre, e precisa de assistência social de programas sociais como Bolsa Família, Pet, ProJovem e outros que ofereçam recursos financeiros para a sobrevivência da família.