IBGE: Total de famílias pobres cai 25% em 10 anos
O estudo mostra que a redução do número de famílias pobres aconteceu especialmente nos últimos cinco anos. Conforme o levantamento, entre 1997 e 2002, o número de grupos familiares com renda individual de até meio salário mínimo manteve-se inalterado.
De acordo com o IBGE, na região Nordeste, a pobreza caiu dez pontos percentuais, ou 20%, passando de 53,9% dos grupos familiares, em 1997, para 43,1%, dez anos mais tarde. No Sudeste, a proporção de famílias com renda inferior a um salário mínimo foi reduzida em um terço: passou de 21,6% para 14,4% da população.
A proporção dos domicílios com renda de até meio salário mínimo é menor na zona urbana, de acordo com o IBGE. Entre os que moram nas cidades, 19,4% eram considerados pobres, no ano passado, para os padrões do IBGE.
Renda média
De acordo com o IBGE, o rendimento per capita médio das famílias brasileiras era de R$ 624 no ano passado. Entretanto, essa distribuição não é igualitária, uma vez que a renda individual média era inferior a um salário mínimo (R$ 380, em 2007) em metade dos grupos familiares.
O estudo do instituto mostra que, à medida que foi reduzido o número de famílias brasileiras com renda individual de até meio salário mínimo, aumentou a proporção daquelas com renda de até dois salários mínimos.
Em 1997, segundo o instituto, 48,8% das famílias brasileiras tinham renda per capita média de mais de meio e menos de dois mínimos. Essa proporção cresceu para 53,3% da população dez anos mais tarde.
Idade
A síntese de indicadores mostra também que os idosos ganharam importância na composição da renda familiar do brasileiro.
Segundo o IBGE, isso é reflexo das políticas de garantia de benefício de pelo menos um salário mínimo - desde 2004, todo o cidadão que tenha mais de 65 anos sem renda comprovada pode requerer a aposentadoria.
De acordo com o estudo, a contribuição dos idosos representa mais da metade do total da renda familiar em 53% dos municípios brasileiros. Na Região Nordeste, essa proporção é maior (63,5%). A menor contribuição dos maiores de 65 anos para a renda familiar é percebida no Sudeste (46,9%).
Raça
O recorte de renda da pesquisa mostra que a população negra ou parda ganha menos que a branca em todas as regiões.
O rendimento mensal médio de um trabalhador brasileiro de cor branca, em 2007, era de 3,4 salários mínimos (R$ 1.292, considerado o mínimo do ano passado), enquanto os negros ou pardos tinham renda média de 1,8 salário mínimo (R$ 684).
Segundo o IBGE, os brancos representam um quarto dos 10% mais pobres da população. Mas são 86% do 1% mais rico.
Gênero
Na divisão por gênero, a pesquisa do IBGE mostra que houve um aumento do número de mulheres ocupadas entre 1997 e 2007. Entretanto, no que se refere à renda, as mulheres casadas ganham menos que os maridos em 73% dos casos.
Em 38,6% dos domicílios constituídos por casais - que representam 65% do total de residências pesquisadas -, os dois cônjuges tinham emprego que gerava renda.
O estudo do IBGE mostra ainda que a taxa de ocupação dos filhos é maior nos domicílios chefiados por mulheres - em 44,4% destes, os dependentes exercem atividade remunerada. Nas residências chefiadas por homens, a proporção é de 40,3%.
Bens e serviços
De acordo com o IBGE, 20,5% dos municípios brasileiros dispunham, ao mesmo tempo, de iluminação elétrica, telefonia fixa, computador, geladeira, TV em cores e máquina de lavar em 2007.
Essa proporção sobe para 26% e 27% nas regiões Sul e Sudeste, enquanto no Nordeste e no Norte a proporção cai para 7% e 8%, respectivamente.
Quando o item acesso à internet é incluído no mix de serviços, a média nacional dos domicílios atendidos caía para 17,6%, no ano passado.
Comentários