Crianças sofrem mais com pobreza que resto da população, mostra IBGE
Proporcionalmente, mais crianças brasileiras vivem abaixo da linha da pobreza que o resto da população. Em 2007, 45,7% da população de até 17 anos morava em casas com renda mensal per capita de até R$ 190 (considerada abaixo da linha da pobreza pelo IBGE), enquanto que, no resto da população, este percentual cai para 30%.
Os dados foram medidos este ano pela primeira vez pela Síntese de Indicadores Sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada nesta quarta-feira e feita com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2007, divulgada semana passada.
Já as crianças de até 6 anos, revela a pesquisa, são mais afetadas pela falta de saneamento básico, identificada pelo IBGE como um das causas da mortalidade infantil, por causar doenças como a diarréia. No Brasil, 62,4% dos domicílios têm todos os serviços de saneamento (esgoto tratado, água), mas, em casas com crianças de até seis anos, o índice cai para 54,5%.
Creche só para os mais ricos
Essas crianças também tem o acesso à educação infantil reduzido em até quatro vezes por causa da pobreza, segundo o estudo. A freqüência em creches de crianças de até 3 anos não passou de 10,8% da população desta faixa etária em 2007. Já entre os que vivem em domicílios com mais de três salários mínimos de renda per capita, este índice chegou a 43,6%.
Para o IBGE, isso se explica pela falta de oferta de creches públicas e dificulta o cumprimento de uma meta do Ministério da Educação de colocar 50% das crianças de até 3 anos em instituições de educação de até três anos até 2010. Em 2007, este percentual estava em 17,1%, segundo a Síntese de Indicadores Sociais.
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