A síndrome da exteriorização existencial
Vivemos hoje numa época onde uma doentia situação social é freqüente: a chamada “Síndrome da Exteriorização existencial” (Síndrome explicada pelo Dr. Augusto Cury em seu livro: Inteligência Multifocal). Fruto do contraste entre o excesso de informação sobre o mundo extrapsíquico em relação ao mundo intrapsíquico. O resultado disto é a reduzida capacidade de se reciclar e se organizar, baixa eficiência em se tornar o agente modificador da sua própria história, redução no desenvolvimento humanista, da cidadania e da ecologia. Dificuldade de se colocar no lugar do “outro” e perceber suas dores e necessidades psicossociais e de se doar socialmente sem esperar retorno.
A pessoa torna-se um mero “passante existencial”, alguém que transita pela vida sem conhecer a si mesmo. Tem enormes dificuldades para suportar críticas, admitir suas fragilidades e uma incapacidade de lidar com frustrações, que se transpõe para os relacionamentos sociais.
Na chamada “Geração Zap” o “ficar” é moda, que ultrapassa os limites da adolescência, onde pessoas descartam umas às outras como simples objeto. Pais abandonam filhos com facilidade para satisfazer o objetivo pessoal.
O simples “ficar” é usar, enquanto o relacionar-se é viver. Pessoas assim, sabem lidar com o sucesso e o social muito bem, porém não sabem lidar com as “Dores da Alma”.
A pior solidão é o abandono de si mesmo. As pessoas se reúnem para “jogar conversa fora”, falam sobre o mundo que as cercam, mas não falam sobre si mesmas.
E assim vamos vendo, por exemplo, no dia-a-dia de um trânsito caótico e turbulento os reflexos desta Síndrome tomar conta das atitudes das pessoas que compõe este cenário da vida moderna, onde é comum o alto nível de stress, depressão, o pânico, as fobias, a intolerância, competição, exibicionismo, falta de respeito pelo próximo e o imediatismo que gera a impaciência.
Gastar tempo, fosfato e dinheiro público em peças publicitárias que mostram mais e mais acidentes, sangue e mortes é fazer as engrenagens da “Lei de Atração” se moverem exatamente para aquilo que não queremos: acidentes, sangue e mortes. E isso não educa nem aqui e nem na China!
Digo isto no intuito de chamar à atenção dos meios de comunicação quanto à responsabilidade de se propagar informações inadequadas no inconsciente coletivo da massa. A mente humana tem uma maneira própria de funcionar, precisamos aprender a formular objetivos e metas positivas para atrair as coisas e situações que realmente desejamos.
Felizmente, aos poucos, temos presenciado o movimento de pequenos grupos, na busca da verdadeira Educação Integral. Seja no contexto trânsito, acadêmico ou espiritualista que contribui para o despertar de uma nova consciência voltada ao equilíbrio do indivíduo, à cooperação, a tolerância, ao comprometimento com a vida e de um cuidado individual que visa a melhor convivência com o outro. E dessa forma, com certeza, refletir isto na sociedade como um todo.
* Cristiane Celina é formada em Comunicação Social – Master Practitioner em Programação Neurolinguística e Gerente de Controle Contábil do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT).
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