Genro de Lula aparece em grampo da PF
O vazamento de grampos de uma operação da Polícia Federal em Santa Catarina em que aparecem Marcelo Sato, genro do presidente Lula, e o deputado federal Décio Lima (PT-SC), candidato a prefeito em Blumenau (SC), fez com que o advogado dos dois pedisse à Justiça acesso ao processo, que corre sob sigilo.
As conversas, divulgadas semana passada em jornais catarinenses, mostram Francisco Carlos Ramos --diretor da Agrenco Group, preso em junho na operação Influenza sob suspeita de integrar um esquema de vendas simuladas de grãos-- pedindo favores aos dois. Sato é casado com Lurian Cordeiro da Silva, filha de Lula.
"A divulgação neste momento é fruto de interesses eminentemente eleitorais. Décio disputa uma eleição difícil, contra um candidato à reeleição", afirmou o advogado Ronei Danielli, que pediu à Justiça Federal que lhe conceda acesso ao processo.
Segundo ele, como os dois não são investigados e não foram implicados pela PF, foi pedido à Justiça Eleitoral que seja concedido um direito de resposta nos jornais locais.
Nas conversas divulgadas, Ramos pede tanto para Sato como para Lima que os dois intercedam em favor de uma fábrica de biodiesel, agilizando trâmites burocráticos.
O advogado diz que houve montagem dos diálogos. "Esparsamente, é possível que os interlocutores tenham travado uma conversa com essa pessoa investigada. Mas, se houvesse essa ligação que a imprensa coloca, os autos teriam sido remetidos ao STF para que fosse aberto um processo por corrupção ativa."
A reportagem não conseguiu localizar Ramos nem seu advogado ontem.
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