Taxa de fecundidade fica abaixo do nível de reposição, aponta IBGE
Com uma taxa de fecundidade de 1,95 filho por mulher e um aumento da população com mais de 60 anos, a população do Brasil continua envelhecendo a cada ano, de acordo com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE.
Brasileiras têm menos filhos
Apesar de a taxa de fecundidade estar abaixo do nível de reposição populacional (2 filhos por mulher), ainda é muito cedo para afirmar que a população brasileira não está sendo reposta. "O número indica uma tendência de queda, mas está muito na fronteira para se afirmar que não há mais reposição da população", diz Adriana Perenguy, técnica da Coordenadoria de Renda e Emprego do IBGE.
O índice, que vem caindo a cada nova pesquisa, é o menor já alcançado pelo país, e confirma a diminuição da população jovem brasileira. Essa queda vem sendo observada desde os anos 60, com a introdução de novos métodos contraceptivos. Na época, a fecundidade era de 6,3 nascimentos por mulher. Já em 1970, o índice caiu para 5,8 filhos por mulher e, dez anos depois, para 4,4. No ano passado, a taxa era de 2 filhos por mulher.
A região brasileira com a maior taxa de fecundidade é a Norte, com 2,6 filhos por mulher, seguida pela Nordeste, com 2,29, e a Centro-Oeste, com 2,01. A menor taxa é a da região Sudeste, com 1,62 filho por mulher. Na região Sul, foi registrado 1,78 filho por mulher.
Menos jovens
A população brasileira vem envelhecendo a cada ano, com o aumento contínuo dos residentes com mais de 40 anos. Em comparação aos dados de 1992 a 2007, as faixas etárias de 0 a 9 anos e de 10 a 17 anos sofreram reduções de 6,2 e 3,3 pontos percentuais, respectivamente. Já as faixas de 40 a 59 e 60 ou mais tiveram aumentos de 6,1 e 2,7 pontos percentuais, respectivamente.
Com relação a 2006, a pesquisa revelou uma redução de 0,7% da população de 0 a 14 anos, que atualmente representa 25,4% da população do país. A faixa de 40 anos ou mais aumentou 4,2% e equivale agora a 33,2% da população, sendo que a de mais de 60 anos representa 10,5% - um leve aumento em relação a 2006, quando era 10,2%.
A região Norte continua sendo a única do Brasil onde a população de 0 a 4 anos é maior que a de 60 anos ou mais, com 1,6 milhão e 1 milhão de residentes, respectivamente. Além disso, ela foi a única a ter um crescimento dos jovens até 14 anos, com 1,3% de aumento, e é a que tem a menor porcentagem de população com mais de 40 anos, com um índice total de 23,7%.
Os brasileiros que vivem no Centro-Oeste agora ganham mais, em média, do que os habitantes do Sudeste. Os ganhos, no entanto, não foram bem distribuídos pela população. A região Centro-Oeste foi a única do país onde a concentração de renda aumentou entre 2006 e 2007.
A pesquisa também apontou que as mulheres continuam sendo a maioria da população brasileira, com 51,2% dos residentes, ou seja, 97,2 milhões de pessoas. O dado não traz mudanças significativas em relação a 2006, quando a população residente era de 51,3% de mulheres e 48,7% de homens.
Ainda segundo o IBGE, nascem mais homens no país, mas são as mulheres que vivem mais. A pesquisa revela que o percentual de mulheres com 40 anos ou mais de idade é de 34,7% e o de homens, 31,5%. Na faixa etária mais jovem, de 0 a 4 anos, elas respondem por 7% da população residente, enquanto eles, por 7,7%.
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