Segundo homem na hierarquia da PF é preso pelo diretor-geral
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 16, o delegado Romero Menezes, que é o diretor-executivo da Polícia Federal, o segundo na hierarquia do órgão. A prisão é desmembramento da Operação Toque de Midas, realizada em julho passado, para combater fraudes em licitações, na concessão da Estrada de Ferro do Amapá.
O Ministério Público do Amapá descobriu que o irmão do delegado Romero Menezes, José Gomes de Menezes, é um empresário que atua no ramo de segurança e serviços em portos, e que estaria usando exploração de prestígio, por ser irmão do delegado da PF, para conseguir benefícios. Segundo a PF, estaria envolvido ainda um funcionário do grupo EBX, empresa de Eike Batista. Em julho, a PF chegou a cumprir mandados de busca e apreensão na casa do empresário, mas nada foi encontrado. A empresa também negou participação nas irregularidade apontadas pela polícia.
Para o Ministério Público do Amapá houve exploração de prestígio, advocacia administrativa, corrupção passiva e tráfico de influência. Uma das irregularidades, segundo a Procuradoria, seria a forma para a obtenção de contratos para vigilância e serviços gerais. José Gomes teria usado o prestígio do irmão para o fechamento dos contratos.
Romero Menezes recebeu a voz de prisão do diretor-geral Luiz Fernando Correa. O Ministério Público do Amapá encontrou indícios de que Romero estava envolvido nas irregularidades. Ele presta depoimento, na Polícia Federal, e deverá ser recolhido a uma cela especial da Superintendência da PF, separada dos outros presos, por motivo de segurança.
Constrangido, o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Correa, disse que está chocado com a denúncia, mas disse que ninguém está acima da lei e que decisão da Justiça é para ser cumprida "seja quem for a autoridade pública".
A PF abriu também procedimento de investigação na corregedoria para verificar o nível de envolvimento de Romero Menezes nas irregularidades, ou se foi só alvo de exploração de prestígio praticado pelo irmão, para obter contratos com o setor público.
Estão sendo cumpridos três mandados de prisão temporária de busca e apreensão nos estados do Amapá, Pará e Distrito Federal. Em Brasília as diligências estão sendo feitas no Ministério da Justiça para apreensão de provas, inclusive de contratos que o irmão do delegado teria obtido junto a Comportos, da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senap) para a realização de curso na área de segurança portuária.
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