Polícia Civil prende dois suspeitos de homicídio em Rondonópolis

Policiais civis da Divisão Crimes Contra a Pessoa do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá) cumpriram na tarde de terça-feira (09.09) mandados de prisão temporária e busca domiciliar na casa de dois suspeitos de um homicídio ocorrido em 27 de junho de 2008. Foram presos temporariamente (trinta dias) o casal Edvaldo Alves Cirino, 31, e Rosa Maria Ferreira Paiva, 36, ambos investigados na morte do professor Marcos Júlio Ferreira da Conceição, 36. A vítima foi assassinada com dois disparos de arma de fogo, no interior de sua residência, no Residencial Azaléia, daquele município. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal da comarca de Rondonópolis.

No dia do crime o suspeito teria saído pelos fundos da casa numa motocicleta e estaria usando uma jaqueta escura. Nos cumprimentos das ordens judiciais foram apreendidos três jaquetas pretas e uma motocicleta. A arma do crime não foi localizada. As roupas e a moto serão submetidas a reconhecimento de testemunhas e encaminhadas à perícia.

O crime é apurado pelo delegado Antônio Carlos Araújo, que deverá concluir as investigações dentro de 20 dias. Paralelamente o caso é investigado pela Gerência de Inteligência Policial (Gip) de Cuiabá. Conforme o delegado, a vítima estava mantendo um relacionamento amoroso com Edvaldo Alves Cirino, um dos motivos da separação do casal. Edvaldo também estava explorando financeiramente a vítima com diversas cobranças.

Edvaldo é apontado como sendo o executor dos disparos, pois uma semana antes do crime esteve na casa da mãe de Marcos Júlio onde teria pedido dinheiro e discutido com ele. “Há diversos indícios que ele seja o executor dos disparos”, afirma o delegado Araújo. A ex-mulher dele, Rosa Maria, é investigada como suposta mandante.

O delegado Antônio Carlos Araújo disse que as cobranças serão investigadas para esclarecer se está relacionada ao envolvimento amoroso da vítima com o acusado ou se tem haver com outra situação.

Investigações - Segundo o delegado, um dos pontos-chave da investigação é a coação de uma suposta testemunha que estaria sendo usada com álibi do acusado. Em depoimento, ela afirmou à polícia que na noite do crime estava com Edvaldo, mas, posteriormente, procurou a delegacia e corrigiu a declaração, disse que “caiu na real”. “Na verdade ela foi orientada por Edvaldo a declarar este álibi caso fosse chamada na delegacia”, explica Araújo. Conforme a testemunha, Edvaldo tinha sido testemunha em um acidente ocorrido com ela e por isso teria sido “obrigada” a fazer a declaração.

Rosa Maria, em depoimento à polícia, afirmou que a vítima [Marcos Júlio] a teria procurado em meados do ano passado e revelou que matinha um relacionamento amoroso com o seu companheiro. Marcos também mencionou que desconfiava ser portador do vírus HIV. Ela confirmou também que o ex-marido tinha uma motocicleta.

Conforme o delegado, o local onde a vítima morava é de difícil acesso. “Só poderia chegar lá alguém tivesse contato coma vítima”, disse. “Chegamos à conclusão que há indícios suficientes que Edvaldo Alves seja o executor e tenha tido participação de sua atual ou ex-companheira Rosa Maria e os motivos podem estar diretamente ligados ao fato da vítima ter ido até a residência de Rosa e ter contado a respeito de sua relação com Edvaldo, que teria motivado a separação dos dois”, conclui Araújo.