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Economia
Quarta - 10 de Setembro de 2008 às 18:23

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O recente quadro de arrefecimento das commodities no mercado internacional, que fez com que a inflação caísse, dá margem para que o BC (Banco Central) seja menos cauteloso e afrouxe um pouco a política monetária daqui para frente. Com isso, o país teria condições de manter o nível de consumo em alta e o crescimento da economia em ritmo elevado, mesmo em meio a turbulências na economia internacional.

Para o professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Ricardo Araújo, a inflação já está acomodada e não se espera uma desaceleração tão forte da economia na segunda metade do ano. Ele evita fazer projeções, mas estima que um crescimento entre 5% e 5,5% ao longo de 2008 é perfeitamente possível.

Araújo acrescenta que acha exagerado mais um aumento de 0,75 p.p. (ponto percentual) por parte do BC, que se reúne hoje para decidir se mexe na taxa Selic de juros. Para o economista, essa medida poderia inviabilizar a continuidade do crescimento, principalmente no ano que vem.

"O BC pode ser menos cauteloso. Uma nova subida mais forte poderia prejudicar o crescimento em 2009", firmou.

Mesmo com a inflação em alta no primeiro semestre -- 3,64% de janeiro a junho, ante 2,08% no primeiro semestre de 2007-- o consumo das famílias continuou em expansão significativa no período. Houve acréscimo de 6,7% no segundo trimestre, ficando em R$ 429,627 bilhões, e acumulou alta de 6,7% de janeiro a junho (R$ 841,985 bilhões), sempre na comparação com iguais períodos em 2007.

O consumo das famílias, que responde por mais de 60% da ótica da demanda do PIB (Produto Interno Bruto), vem crescendo em ritmo superior ao da economia. Além de segurar o ritmo do consumo, a continuidade da subida da taxa de juros poderá desacelerar a taxa de investimento, que foi recorde nos seis primeiros meses de 2008.

"No segundo semestre, espera-se uma redução do ritmo de crescimento do investimento, mas há condições de que a taxa volte ao ritmo atual no ano que vem", observou Araújo, que considera que o Brasil está descolado "quase que por completo" da crise internacional.





Fonte: Folha Online

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