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Nacional
Quinta - 04 de Setembro de 2008 às 10:38

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"Eu defendo, na verdade, o uso do fumo em qualquer lugar. Só fuma quem é viciado." Essa foi a resposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ser indagado qual a sua opinião sobre o projeto federal que proíbe o fumo em lugares fechados, a exemplo do que foi proposto pelo governador José Serra (PSDB), na semana passada.

Durante a pergunta que lhe foi formulada, Lula fumava uma cigarrilha. Ele concedia entrevista coletiva a jornalistas de oito jornais populares do país, no Palácio do Planalto, ontem de manhã. Naquele momento, não havia repórteres-fotográficos na sala.

O projeto do Ministério da Saúde tramita na Casa Civil, desde fevereiro, e propõe a extinção dos fumódromos em recintos fechados, liberando o cigarro, com algumas exceções, apenas em casa ou na rua.

Lula não quis manifestar sua opinião sobre o mérito do projeto. "Eu não vou propor. A idéia do Ministério da Saúde é a proibição do fumo em todos os lugares fechados. Eu mando o projeto para o Congresso e não voto." Ao ser questionado sobre um decreto que proíbe o fumo no Planalto, o presidente respondeu: "Menos na minha sala. Eu, se for na sua sala, certamente não fumarei porque respeito o dono da sala. Mas, na minha, sou eu que mando".

A Casa Civil afirmou que o projeto federal "está em análise, sem previsão de ser enviado ao Congresso". Informou ainda que o Palácio do Planalto observa a lei 9.294, de 15 de julho de 1996, e o decreto nº 2.018, de 1996. A lei proíbe o uso de cigarro ou qualquer outro produto do gênero em recinto coletivo, privado ou público, salvo em área destinada exclusivamente a esse fim, "devidamente isolada ou com arejamento conveniente". Na prática, não é cumprida no Planalto.

A assessoria do ministro José Gomes Temporão (Saúde) informou que a pasta está priorizando seus esforços na aprovação da emenda 29, que destina mais recursos à saúde. Depois, a prioridade será a lei contra o tabagismo. Segundo a economista Márcia Pinto, o fumo traz prejuízo anual de R$ 338,6 milhões ao SUS, em internações e quimioterapia.

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Após dizer que respeita Dunga e o considera um vencedor, Lula avalia que "Luxemburgo é o melhor técnico do Brasil na atualidade". O presidente é corintiano, e Luxemburgo é treinador do Palmeiras, maior rival do Corinthians. Lula também elogiou Felipão, ex-técnico da seleção e hoje no Chelsea (Inglaterra).

Para o presidente, Dunga não é a causa do mau desempenho da seleção brasileira. "Estamos numa entressafra difícil de jogadores", disse. E classificou de preocupante o fato de jogadores estarem recebendo altas quantias precocemente. "Tem jogador ganhando muito dinheiro sem, antes, provar que é bom. Vejo titular da seleção brasileira que é segundo reserva em time da Inglaterra."

Se fosse técnico, Lula afirmou que tentaria montar uma seleção com jogadores que estão atuando somente no Brasil, como uma forma de barrar a idéia de que jogador, para ser convocado, precisa estar atuando no exterior.

Para ele, também falta alma ao jogador brasileiro. "Quando vejo o Messi --na minha opinião, o melhor jogador do mundo-- perder uma bola, ele sai correndo até recuperar ou fazer falta. Os nossos perdem a bola e cruzam os braços", referindo-se ao atacante argentino.

Lula defendeu que o Corinthians utilize o estádio do Pacaembu em comodato [empréstimo sem custo], caso não consiga construir sua arena. Segundo ele, o governador Serra lhe teria dito que está disposto a oferecer o Pacaembu nessas condições. Só que o Pacaembu é administrado pela prefeitura, e não pelo Estado.

O presidente disse considerar uma vergonha que clubes de massa, como o Corinthians e o Flamengo, não possuam casa própria. "É mais uma vergonha não fazerem um chamamento à torcida para contribuir e construir um estádio."

Para ele, um estádio próprio representa entre 30% e 40% do sucesso de um time.





Fonte: Folha Online

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