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Nacional
Terça - 02 de Setembro de 2008 às 16:50

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A Polícia Federal vai ouvir o depoimento do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, no inquérito sobre o suposto grampo ilegal atribuído a funcionários da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). O diretor geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, e os delegados Willian Morad e Rômulo Berreto, respectivamente, presidente e coordenador do inquérito, estiveram nesta terça feira no gabinete de Mendes para negociar a data em que o ministro deverá ser ouvido.

"O ministro, como uma das pessoas que foram vítimas do fato tido como ilegal, que é a interceptação do seu contato telefônico, terá de ser ouvido", afirmou Corrêa.

Os grampos telefônicos ilegais foram denunciados pela revista "Veja", que publicou diálogo telefônico mantido entre o presidente do STF e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), no último dia 15 de julho. Mendes e o senador confirmaram a conversa.

De acordo com a reportagem, a transcrição do diálogo foi repassada por um agente da Abin, impedida legalmente de realizar interceptações telefônicas. A PF nega ter feito escuta sem autorização judicial, mas abriu inquérito para apurar o caso.

A Polícia Federal também ofereceu ao ministro possibilidade de que Mendes indique um servidor para acompanhar as investigações das escutas clandestinas. "[O objetivo do encontro] Foi colocar à disposição a polícia e demonstrar que a polícia está pronta e preparada para fazer a investigação na medida que a sociedade espera", acrescentou o diretor da PF.

Segundo Corrêa, a PF quer uma investigação "mais transparente possível e com maior rigor técnico".

Também participam do encontro o diretor-executivo da PF, Romero Menezes, o diretor de inteligência, Daniel Lorenz, e o diretor de combate ao crime organizado, Roberto Troncon Filho. O presidente do inquérito, delegado Morad, afirmou ainda que não antecipará as linhas de investigação do inquérito sobre o caso.

CPI dos Grampos

Também nesta terça-feira, o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Félix, presta depoimento à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara sobre o caso.

De acordo com a reportagem da revista "Veja", o suposto grampo ilegal aconteceu uma semana depois que a Polícia Federal deflagrou a Operação Satiagraha, na qual foi preso o dono do Opportunity Daniel Dantas, suposto chefe de um esquema de corrupção. O banqueiro deixou a prisão depois que o presidente do Supremo concedeu habeas corpus.

A reportagem de "Veja" sustenta ainda que os telefones dos ministros José Múcio (Relações Institucionais) e Dilma Rousseff (Casa Civil), o ministro do STF Marco Aurélio Mello, e o chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, também foram grampeados.





Fonte: Folha Online

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