Importações reduzem produção de eletrodomésticos, diz IBGE
O coordenador da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Silvio Sales, explicou que os indícios apontam para maior volume de compras desses produtos no mercado externo, já que os dados das vendas no comércio não indicam queda nas vendas ao consumidor.
"As importações vêm crescendo, e podem estar influenciando o resultado do setor", admitiu.
Na comparação com julho de 2007, as importações de bens de consumo duráveis, na qual os eletrodomésticos estão enquadrados, cresceu 111%, capitaneada pelo eletrodomésticos, embora haja influência do setor automobilístico.
Mesmo assim, a produção de bens de consumo duráveis registrou alta de 9,8% em relação a julho de 2007. Na comparação com junho deste ano, a produção de bens duráveis caiu 5,2%. Sales lembrou que os subsetor de eletrodomésticos deve estar contribuindo decisivamente para este resultado. Ao mesmo tempo, destacou que em junho, a produção de bens duráveis havia aumentado mais de 7%.
Em relação ao resultado geral da indústria, que cresceu 1% em julho, na comparação com o mês anterior, Sales considerou o resultado "altamente positivo". Ele destacou que nos últimos dois meses, a indústria acumula alta de 3,9% na produção. Esse é o resultado mais significativo para este período desde outubro de 2003, quando a indústria apresentara expansão de 6% frente a agosto daquele ano.
"A situação em 2003 era diferente, a indústria não apresentava quadro de crescimento como agora", afirmou Sales, ressaltando que o resultado de julho confirma o ciclo de investimentos na economia.
Sales disse ainda que o setor de bens intermediários (7,5% frente a julho de 2007) foi impulsionado pela construção civil, já que a produção de insumos para o segmento cresceu 14,4% em relação a julho de 2007. Outro subsetor que teve incremento significativo foi o de extração de minerais ferrosos, com alta de 9,7% frente a julho de 2007.
"Isso pode indicar um crescimento futuro da produção de bens finais, descontando as exportações", observou Sales.
A indústria de bens de capital cresceu 22,3% em relação a julho de 2007, capitaneada por produtos para agricultura (41,7%), para transporte (32,8%) e para energia (17,2%).
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