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Cidades/Geral
Quinta - 28 de Agosto de 2008 às 15:01
Por: Carolina Lauriano

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Ele acelera o ritmo cardíaco, aumenta a temperatura da pele, queima em média 12 calorias, ativa 29 músculos e, quando muito intenso, estimula a produção de endorfina, a famosa substância química que dá a sensação de bem-estar. Essas são algumas das reações que o beijo produz no indivíduo, mas uma pesquisa feita no ambulatório de Sexualidade Humana da Clínica Delphos apontou que 70% dos 154 homens avaliados não beijam na boca durante o sexo.

O responsável pela análise é o sexólogo Amaury Mendes, que discutirá o tema na XVI Jornada Científica Delphos, no dia 6 de setembro, no Humaitá, Zona Sul do Rio. Mendes fez a pesquisa qualitativa com os pacientes de um ambulatório no Instituto Delphos, onde atende de graça a pessoas de baixa-renda, que ganham até três salário mínimos. As entrevistas foram feitas com os homens, a maioria na faixa dos 40 aos 60 anos, e com problemas sexuais como disfunção erétil, ejaculação precoce e falta de desejo.

“A conduta sexual humana deveria respeitar a seguinte ordem: desejo, excitação e, por último, orgasmo. Mas, com a supervalorização do orgasmo, a maioria pula a fase do desejo e vai direto pra a excitação. E aí não tem beijo, abraço, nem carinho. Só que eles se esquecem que o beijo é um fator essencial para se atingir o orgasmo”, diz o sexólogo.

Mendes ressalta que, apesar de o estudo ter sido feito com uma parcela da população com menor poder aquisitivo, esse problema também atinge as classes média e alta: “É fato que, quanto maior a renda e o grau de instrução, melhor o desdobramento desse assunto. Porém, o que está em jogo hoje é a questão da falta de tempo e a necessidade emergencial do orgasmo e isso atinge toda e qualquer classe”.

A falta de tempo é inimiga do orgasmo

O sexólogo explica que o estresse do dia-a-dia, as dificuldades financeiras e a correria do mundo moderno são fatores que impedem o homem de se dedicar à afetividade, às preliminares e, desta forma, o sexo se torna imediatista. A conseqüência é o afastamento dos casais. Segundo Mendes, o beijo é a base para a busca do prazer no sexo.

“O beijo está ligado aos nossos cinco sentidos - tato, olfato, visão, audição e paladar –, você olha nos olhos, vê a verdade no outro, cria um vínculo.”

Prostitutas não beijam

O sexólogo explica que, um bom exemplo de que o beijo representa um compromisso sério é: jamais ser incluído nos programas de prostitutas. Há cerca de um ano ele e sua equipe entrevistaram 28 garotas de programa na Avenida Atlântica, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, e constataram o que já é lugar comum:

“Todas disseram que já aceitaram propostas bizarras, mas não aceitam dar beijo na boca. Muitas delas têm namorado ou tem filho e disseram que, nem pagando, dariam o beijo.”

Uma questão biológica

De acordo com Mendes, tanto a mucosa labial quanto a genital são enervadas pela medula. A primeira está mais próxima do cérebro e, por isso, recebe os estímulos sexuais de uma maneira mais eficaz. Ambas possuem o mesmo numero de terminações nervosas e, portanto, o mesmo potencial erótico.

“Nós fazemos um trabalho, com as pessoas que buscam a terapia sexual, para tentar um recomeço do namoro entre o casal. Claro que usamos medicamentos em alguns casos, mas idéia é que o remédio seja eliminado. Propomos exercícios específicos de sensualidade, procurando desvincular sexo de afeição e estimulando carinho, beijos e, conseqüentemente, a aproximação do casal.”





Fonte: G1

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