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Polícia Brasil
Quarta - 27 de Agosto de 2008 às 19:52
Por: Marcy Monteiro Neto

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O ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro prestou depoimento nesta quarta-feira ao juiz Marcel Peres de Oliveira, da 1ª Vara Federal de Mato Grosso, no processo em que responde por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Arcanjo negou ter contas na Suíça, como denunciou o Ministério Público Federal. Durante o depoimento, o ex-bicheiro chegou a citar detalhes de sua infância para ressaltar que, segundo ele, conquistou sua fortuna trabalhando.

Arcanjo disse que teve "infância e adolescente humilde, mas com amor e razoáveis oportunidades sociais". O ex-bicheiro afirmou também que concluiu o segundo grau em escola da rede pública de ensino e começou a trabalhar aos 15 anos em um mercado da propriedade de parentes. O império que ergueu em Mato Grosso, revelou, foi quando se licenciou da Polícia Militar para explorar a atividade garimpeira de ouro. João Arcanjo, a partir daí, passou a investir em diversos negócios. Legais e ilegais.

No depoimento ao juiz federal, Arcanjo confirmou que implantou o jogo do bicho no Estado e que possuía um cassino. Disse também que construiu um hotel, teve frota de táxi, shopping, factorings, duas concessões de rádio, edifício garagem, construtora e três fazendas com um total de até 15 mil cabeças de gado e que produziam até 500 toneladas de peixe mensalmente. As factoring, observou, possuíam R$ 120 milhões para movimentação. Imóveis alugados rendiam a Arcanjo R$ 40 mil por mês. No total, o ex-bicheiro estima que seis mil pessoas trabalhavam nas diversas empresas dele.

Denúncia

Sobre a denúncia do Ministério Público, Arcanjo negou qualquer ligação com dinheiro enviado a países europeus. Em depoimento, Arcanjo respondeu a nove perguntas feitas pelo juíz e afirmou que não tem e nunca teve contas na Suíça. Confirmou, no entanto, que tinha contas no Uruguai e nos Estados Unidos, quando construiu um hotel naquele país. Ele negou também que tenha autorizado qualquer pessoa a movimentar as contas dele ou a abrir contas no nome dele em qualquer país.

"Não se encontrou um tostão do Arcanjo em contas na Suíça. Não tem provas dessas contas. Não tem um documento sequer, não tem materialidade", afirmou o advogado de Arcanjo, Zaid Arbid, ao final da audiência na Justiça Federal. "Em resumo, o Ministério Público delirou", ironizou Arbid.





Fonte: TVCA

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