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Economia
Quarta - 27 de Agosto de 2008 às 08:19

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A introdução de novas variedades desenvolvidas para resistirem a sigatoka negra e ao Mal do Panamá devem favorecer o produtor da cultura em Mato Grosso. Isto porque ambas as doenças agem diretamente sobre a planta. Em novembro, a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural deve iniciar a distribuição de mudas produzidas em laboratórios para os diferentes campos experimentais distribuídos ao longo do Estado.

A expectativa é que Sinop receba um lote com total a ser confirmado, segundo o coordenador regional da Empaer, Carlos Montemezzo. Elas devem passar por um período de aclimatação, ou seja, uma espécie de adaptação em uma estufa, antes de serem introduzidas em um viveiro.

A empresa estima que as plantas devem ter a vantagem de render de 30% a 40% mais que as convencionais. "A Empaer produz em laboratório em Várzea Grande e vem para Sinop, onde será distribuída a diferentes produtores, a um preço simbólico", declarou, ao Só Notícias/Agronotícias. Cada muda pode variar entre R$1 a R$1,50.

A Empaer concluiu recentemente a montagem de uma estufa e um viveiro, estimados em aproximadamente R$150 mil que devem ser utilizados para os serviços. Devem agregar ainda mudas florestais e frutíferas. "A banana está atravessando um caminho muito curto, tanto que algumas variedades estão extintas, devido a sigatoka , que ataca principalmente banana maça. Com esta inovação tecnológica, em nível de pesquisa, atravessamos esta barreira", acrescentou.

Sinop é conhecida atualmente como uma das grandes produtoras de banana da região. Entretanto, há mais de dois anos, foi inclusa em uma área tida como infestada pela doença (sigatoka). Desta forma, a comercialização ocorre apenas dentro de Mato Grosso. No Estado, segundo o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), apenas a região de fronteira com Goiás e Tocantins é considerada livre da sigatoka.

A Empaer estima que a área plantada de banana no Estado teve uma redução de quase 50 mil hectares, devido às doenças que devastaram os bananais, não devendo chegar a 8 mil hectares, com uma produção de mais de 55 toneladas ao ano. Em 1997, a área superava os 57 mil hectares. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Campo Verde produz 18 toneladas por hectare, superando a média nacional que é de 13 toneladas por hectare.

A sigatoka negra é uma doença fúngica, causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis Morelet, sendo sua forma anamórfica Paracercospora fijiensis (Morelet) Deighton. Apareceu pela primeira vez em 1963, nas Ilhas Fiji, no Vale de Sigatoka continente asiático e no continente americano, a doença foi detectada pela primeira vez em Honduras, em 1972. Em 1979, já estava na Costa Rica, em 1981 foi registrada na Colômbia, em fevereiro de 1998 chegou ao Brasil nos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant no Amazonas, seguindo para o Acre, Rondônia, Pará, Mato Grosso em 1999.

De acordo com especialistas, ela se propaga por meio de dois tipos de esporos, conhecidos como conídios e ascósporos. Os conídios ou esporos assexuais se formam nos ápice dos conidióforos e ocorrem a partir dos primeiros estádios da lesão na folha (face abaxial=inferior), estes se desprendem dos conidióforos por ação da água e/ou vento. Os ascósporos ou esporos sexuais se formam posteriormente em manchas mais evoluídas de coloração branco-acinzentado principalmente nas folhas mortas ou necrosadas. Esta é considerada a fase mais importante na reprodução da doença, devido à alta produção e disseminação desses esporos pelo vento a grandes distâncias.

Já o Mal do Panamá, conforme a Embrapa, é uma doença causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense que está disseminada em todas as regiões produtoras de banana do mundo. Este fungo pode sobreviver no solo por mais de 20 anos ou ainda em hospedeiros intermediários. No Brasil, diversas variedades tradicionais, como a banana Maçã, são susceptíveis a esta doença.

As principais formas de disseminação são o contato das raízes de plantas sadias com plantas doentes, pelo uso de material de plantio infectado ferramentas de desbaste transportando solo contaminado. O fungo também é disseminado por água de irrigação, de drenagem e de inundação, assim como pelo homem, por animais, pela movimentação de solo.





Fonte: 24 Horas News

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