Seleção: Dunga cutuca Luxemburgo e descarta preocupação com o futuro
Bronze olímpico dos Jogos de Pequim no currículo, o técnico da seleção brasileira de futebol, Dunga, desembarcou na manhã desta segunda-feira no aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), reafirmando tranqüilidade em relação a seu futuro no comando da equipe nacional. Cercado de jornalistas e torcedores, o treinador voltou a ser questionado sobre uma possível perda de emprego e foi reticente. “Esta pergunta tem de ser para o Ricardo Teixeira e não para mim”, repetiu.
Segundo o treinador, apesar de Teixeira não ter falado diretamente sobre o tema com ele em nenhum contato entre eles o dirigente deu a entender qualquer intenção de mudança. "Estamos tranqüilos, falamos todos os dias com o presidente e não tem porque falar se vamos ficar ou não. Ele falou que temos de continuar o trabalho e eu vou continuar".
Dunga disse ainda não estar incomodado com as freqüentes notícias de que técnicos de agremiações paulistas estariam sendo sondados para substituí-lo. “Não, de nenhuma forma. São todos profissionais competentes”.
Entre os muitos boatos de interesse da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já foram citados os técnicos do Palmeiras, Wanderley Luxemburgo, e do São Paulo, Muricy Ramalho. Recentemente, o diretor do Palmeiras, Gilberto Cipullo, chegou mesmo a declarar os esforços do clube para manter o técnico na função. Dunga minimizou a situação e aproveitou a oportunidade para comparar seu histórico ao de Luxemburgo.
“O Vanderlei já esteve na seleção, teve um ano para preparar a seleção olímpica e não trouxe nenhuma medalha”, disse, sem descartar nenhuma possibilidade. “Tudo pode acontecer. Na seleção desde o início que eu estou trabalhando, sempre teve apenas uma pessoa que manda e esta pessoa é o Ricardo Teixeira. Cada um manda no seu clube, na sua entidade, e na CBF quem manda é o Ricardo”.
Luxemburgo foi responsável pelo comando da seleção nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, mas parou nas quartas-de-final superado por Camarões na "morte súbita". Em Pequim, Dunga levou o Brasil até a semifinal na qual o time foi superado pela Argentina por 3 a 0. Na disputa pelo bronze, conseguiu bater a seleção belga. Mesmo sendo cotado para o ouro e terminando com o bronze, o prestígio do treinador brasileiro pareceu quase inabalado entre a torcida. Dunga foi assediado por torcedores pedindo autógrafos e fotos ao lado do ex-jogador.
Mas não faltou também quem quisesse questionar as decisões do técnico e um torcedor chegou a perguntar se não era momento de "tentar gente nova". A resposta de Dunga foi categórica. "Você deve ter visto nós temos nove (novos) jogadores na seleção", afirmou, deixando clara sua posição quanto ao futuro. "Talvez vocês estejam acostumados com muita gente que se preocupa com o cargo. Eu falei que não me preocupo com o cargo, estou lá para fazer um trabalho, realizar este trabalho. Quando falei que minha vida estava resolvida todo mundo levou para o lado financeiro, mas não é o lado financeiro, é o lado de você realizar um trabalho. Eu nunca procurei emprego, procurei sempre trabalho por isso, obtive resultados. Quem procura emprego, logo, logo não tem ele".
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