Estudo liga ronco a bicho de estimação na infância
Um estudo de pesquisadores suecos sugeriu que o hábito de roncar pode estar relacionado à convivência com bichos de estimação na tenra infância.
A pesquisa, do hospital universitário de Umeå, na Suécia, em colaboração com outras instituições nórdicas, procurou evidências de que a predisposição para o ronco pode ser estabelecida nos primeiros anos da vida de uma pessoa.
Entre os fatores ligados ao ronco, os cientistas citaram infecções graves das vias respiratórias e incidência freqüente de otite (inflamação do ouvido) antes dos dois anos de idade, exposição à convivência com um cão logo quando recém-nascido e ter sido criado em uma família grande.
Esses fatores foram estabelecidos independentemente um do outro, através de um questionário aplicado a quase 16 mil pessoas na Suécia, Noruega, Islândia, Dinamarca e Estônia. Entre elas, 18% reportaram "ronco habitual", definindo como alto e incômodo pelo menos três vezes por semana.
Os respondentes proveram detalhes de sua infância, que foram recolhidos e analisados pelos pesquisadores, e publicados na revista científica online Respiratory Research, de acesso aberto.
"A predisposição para o ronco na vida adulta e possivelmente para apnéia obstrutiva do sono pode ser em parte estabelecida na vida adulta. Ter tido uma infecção grave das vias respiratórias ou otite recorrente durante a infância, ter sido exposto a um cão quando recém-nascido e ter crescido em uma grande família parecem ser possíveis riscos associados ao ronco na vida adulta", escreve a equipe.
"Especulamos que estes fatores podem potencializar processos inflamatórios e assim alterar a anatomia das vias respiratórias superiores logo no início da vida, causando uma maior susceptibilidade ao ronco na vida adulta."
Segundo o estudo, cerca de 16% dos homens e 7% das mulheres de meia idade roncam habitualmente, o que pode gerar sonolência durante o dia e elevar os riscos de doenças cardiovasculares.
Mais que conclusivas, disseram os pesquisadores, as descobertas sugerem que novas pesquisas sejam realizadas seguindo esta linha – até agora pouco explorada – para prevenir o ronco ainda na infância.
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