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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quinta - 21 de Agosto de 2008 às 10:35

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O número de crianças internadas em várias instituições de abrigo cresce em Mato Grosso. De 350 até o final do ano passado, a quantidade subiu para 528 a partir da última recontagem da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja) feita em março deste ano. A vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Magistrados (Amam), Juanita Clait Duarte, explica que a maior demanda está relacionada com a falta de estrutura das famílias que têm as crianças sem o mínimo de planejamento. Praticamente 50% dos casos se refere a situações que poderiam ser evitadas, como risco (77), abandono (61), maus-tratos (59), responsável dependente químico (46) e abuso sexual (23).

Alguns municípios menores proporcionalmente ao número de habitantes assustam pela quantidade de crianças internadas nesses abrigos, como Jauru (34), São José do Rio Claro (24), Poxoréo (23) e Pontes e Lacerda (19). Na Capital são 116 e em Várzea Grande, 53. Apesar da quantidade elevada, poucas estão disponíveis para adoção, em média só 10%. O que deveria ser atípico, tornou-se uma rotina. Elas ficam anos nesses locais sem vínculo afetivo e social, aguardando o processo se desenrolar até atingirem idade indesejável pelos casais na fila para adotar.

"É complicado equacionar isso, porque não podemos simplesmente destituir o poder familiar em razão da pobreza, o melhor seria que esses pais se reestruturassem".

Cerca de 28% delas hoje já têm idade superior a 13 anos, o que significa um desafio a se equacionar, porque em tese não serão mais adotadas. Se for considerada idade a partir de 7 anos, o percentual se eleva para 64,5%, mais da metade. Mas a faixa etária mais requisitada por 80% de pelo menos 260 casais pretendentes e habilitados está entre zero e 3 anos, o que representa 18% das crianças nos abrigos.

Juanita pontua que mesmo os pretendentes em outros países têm restringido a idade da criança. Na França, a própria legislação regula (e impõe tabu) à adoção de estrangeiros para no máximo 5 anos. Menos de 20% das pessoas estão abertas à adoção sem muitas restrições de cor, sexo e idade.





Fonte: A Gazeta

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