Bolsista do Prouni pode ganhar para estudar
O estudante de medicina Marcelo Diesel, 20 anos, começa a contar os dias na primeira quinzena de cada mês. É quando ele recebe os R$ 300,00 da Bolsa Permanência, um benefício mensal para quem é bolsista integral do Prouni. Universitário desde o segundo semestre de 2007, o estudante de Cuiabá recebe o auxílio desde o começo da faculdade.
O dinheiro é fundamental para Marcelo comprar livros, fazer cópias e ajudar em casa. O valor facilita a vida do estudante, mas não é suficiente. "Ela não ajuda tanto quanto deveria, porque o valor não é reajustado", diz o universitário, que mora e é bancado pelos pais. "Tenho amigos que sobrevivem com essa bolsa, tenho ainda outros que trabalham de noite", completa.
Apesar das dificuldades, ela é bem-vinda para cada vez mais alunos. De acordo com os últimos dados do Ministério da Educação, 2,5 mil estudantes foram beneficiados com a bolsa no segundo semestre do ano passado. Desde que começou a ser distribuído, em 2005, o Prouni concedeu bolsas de estudo integrais e parciais a mais de 300 mil estudantes.
Os pré-requisitos para receber o valor são bem restritivos: é preciso que o aluno seja bolsista integral do Prouni em um curso presencial com no mínimo seis semestres de duração e com seis horas ou mais de aula por dia. Mas não basta só dizer que estuda mais de seis horas. A informação tem de partir da universidade, que cadastrada seus dados no Sistema Integrado de Informações da Educação Superior (SiedSup). Além disso, é preciso comprovar todo semestre que está regularmente matriculado no curso.
A bolsa, sujeita à disponibilidade de recursos do Ministério da Educação, pode também ser uma incógnita, diz o estudante. Marcelo Diesel já ficou sem receber o benefício em janeiro passado, que acabou sendo pago depois. "Recebi duas parcelas juntas", conta. "Ela é uma incerteza, e toda vez que depositam o dinheiro, eu agradeço a Deus, e os outros bolsistas também. Quebrei meu óculos e precisava dele pra fazer uma prova e, para consertar, tive que entrar no cheque especial", lamenta.
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