Venda de Valdivia depende apenas de aval do presidente
O treinador já pensa no time sem ele, o clube precisa do dinheiro e o jogador não quer mais ficar. Voto vencido, apenas a torcida ainda pede para Valdivia ficar no Palmeiras.
A transação do chileno com o Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, está prestes a ser anunciada pelo clube paulista. Na prática, falta o aval do presidente Affonso Della Monica.
Os árabes ofereceram mais que o Hertha Berlin, da Alemanha --cerca de R$ 19 milhões--, além de US$ 1 milhão de luvas no ato para o camisa 10. O contrato é de quatro anos.
Por mais falta que o meia vá fazer ao time, o técnico Vanderlei Luxemburgo já disse mais de uma vez que o Palmeiras está pronto para jogar sem ele.
"O Valdivia é um grande jogador mas hoje temos jogadores para seu lugar", falou o treinador, quarta-feira, após a derrota por 3 a 1 para o Vasco pela Copa Sul-Americana.
"Oportunidades na vida são poucas, e essa que apareceu para ele é muito boa. Dubai é um dos melhores lugares para se morar hoje", completou.
Guardadas as diferenças de posicionamento e características individuais, Diego Souza, Evandro e Maicosuel farão a função do chileno no setor.
Para o clube, a melhor opção no momento é vender Valdivia. Ajudaria a sanar parte da dívida de cerca de R$ 76 milhões. Sem contar o risco de uma desvalorização, já que ele não vem apresentando o mesmo futebol do primeiro semestre.
Fechando o círculo do negócio, é o próprio Valdivia quem não quer mais ficar. Principalmente após saber da quantia que irá receber dos árabes, o que fez ele mudar o discurso. Recentemente, o palmeirense afirmou que preferia aguardar uma oferta de alguma grande equipe européia a se esconder no Oriente Médio.
"Não queríamos vender o Valdivia nesse momento, mas a proposta feita ao jogador foi muito alta. Proporcionalmente, ela é melhor para o jogador [do que para o clube]", disse, ontem, o gerente de futebol palmeirense, Toninho Cecílio.
O chileno não viajou com a delegação palmeirense que desembarcou em São Paulo, ontem à tarde. Veio pela manhã. Depois, treinou normalmente no CT. Sábado, ele viaja direto para Istambul para se encontrar com a seleção de seu país que, na quarta-feira, enfrenta a Turquia em jogo amistoso.
Della Monica não quis dar entrevistas em Congonhas e se limitou a responder "não sei, não sei" às perguntas enquanto era acompanhado por seu segurança no saguão do aeroporto.
Assim, os gritos de "fica Valdivia" entoados pela torcida na última exibição do time em casa --3 a 0 sobre o Vitória, no dia 7, quando ele marcou o primeiro gol da partida-- podem ter sido os últimos e solitários pedidos palmeirenses ao atleta.
"Não se pode viver com medo de negociar jogadores que têm o carinho do torcedor. Ele também quer sair", disse Cecílio.
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