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Agronegócios
Quarta - 13 de Agosto de 2008 às 19:22

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A perspectiva de clima favorável no Centro-Oeste deve incentivar o plantio de soja precoce no Mato Grosso. Com a previsão de chuvas para o fim de setembro, os produtores devem optar pelo plantio dessas variedades e assim garantirem o cultivo do milho safrinha no próximo ano.

Na safra 2007/08, a chuva atrasou no mês de outubro no Mato Grosso. Não há previsão de que o mesmo problema ocorra no Estado na safra 2008/09, segundo Luiz Cavalcanti, do Centro de Análise e Previsão do Tempo, ligado ao Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). "Os efeitos do La Niña no Centro-Oeste já passaram e, no momento, não há previsão de ação do El Niño", diz. Assim, a previsão é de poucos sobressaltos no regime de chuvas na região. Sob essa lógica, as variedades precoces podem ganhar espaço.

Não será o único fator a estimular o plantio de soja precoce, afirma Seneri Paludo, superintendente do Instituto Mato Grossense de Economia Agrícola (Imea). "A soja precoce tem se mostrado mais resistente à ferrugem asiática", afirmou, referindo-se a uma das doenças que mais assustam o produtor.

O aumento do plantio do milho de segunda safra no Estado, a "safrinha", também estimula o avanço da soja precoce, já que o milho de segunda safra é plantado após a colheita da soja. Segundo a Conab, a área de milho safrinha cresceu 17,1% no Mato Grosso, para 1,66 milhão de hectares. A produção subiu 40,7%, para 7,13 milhões de toneladas.

A oferta escassa de crédito para a safra 2008/09 também abre mais espaço para a soja precoce. "No Mato Grosso, 30% da área da próxima safra ainda não tem fertilizante", afirma Paludo. A soja precoce, que exige menos aplicações de defensivos, deve ser plantada em maior quantidade até que o volume total de fertilizantes esteja nas mãos do produtor.

Em áreas como Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sapezal, o potencial para a soja precoce é de ocupação de até 40% da área total - a média tem ficado em até 30% nessas regiões. "Só não dá para afirmar que todo esse potencial será utilizado porque o produtor terá que redimensionar seu parque de máquinas", diz o superintendente. "A colheita da soja precoce ocorre no fim de janeiro e início de fevereiro, em plena época de chuvas. Se a colheita não for muito bem escalonada, parte da produção pode ser perdida".





Fonte: Valor Econômico

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