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Cidades/Geral
Terça - 12 de Agosto de 2008 às 08:47

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Problema grave a se pensar. Cerca de 94% dos municípios mato-grossenses jogam lixo hospitalar em "lixões" a céu aberto, com risco de contaminação de lençóis de água, solo, ar, de animais e pessoas por agentes biológicos patogênicos (vírus, bactérias, protozoários e fungos). Conforme a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), só 9 cidades têm licença de operação para aterro sanitário e que, portanto, contam com valas sépticas para destinação final dos resíduos advindos da saúde humana e veterinária, nas esferas pública ou privada. Ainda assim, nem todos estão operando dentro de padrões técnicos ideais.

O consultor Antônio Cabral já visitou quase todo interior do Estado e confirma: só três municípios se interessaram em fazer reciclagem e buscar uma solução para o problema do lixo até agora. Tangará da Serra, Primavera do Leste e Alta Floresta estão com projetos pilotos, sendo que na última foi criado um consórcio intermunicipal para tratar dos resíduos sólidos de toda região, um avanço em termos de Estado. Mas em regiões como Baixada Cuiabana e Cáceres (210 km de Cuiabá), o lixo jogado à céu aberto e sem tratamento é levado diretamente para o Pantanal. "Quando visei a Baía de Chacororé pousamos o avião em meio às garrafas PET, acho que dava para andar sobre elas, um absurdo".

Após 4 meses de mostrar a situação caótica numa reportagem de A Gazeta, pouco coisa mudou no setor. Um relatório divulgado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) mostra que todos os dias, laboratórios, hospitais e farmácias geram 16,63 toneladas de resíduos de serviços de saúde (RSS) em Mato Grosso, sendo 80% de contaminação biológica e o restante química, que apesar de menor quantidade é de igual periculosidade.

A ausência de tratamento alimenta um problema que cresce a cada dia: a falta de espaço. A justificativa para o descaso não está apenas no custo do serviço, mas em geral falta interesse político para entender e gerir melhor a área. O custo médio para o tratamento, conforme a Abrelpe, é R$ 2 o quilograma, o que equivaleria R$ 2 mil a tonelada diária, isso sem incluir a coleta que pode variar de R$ 400 a R$ 900 (para uma tonelada), enquanto a mesma quantidade de lixo urbano - ou convencional -está em torno de R$ 80.





Fonte: A Gazeta

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