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Terça - 05 de Agosto de 2008 às 16:25

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As reportagens que serão selecionadas terão de ser inéditas e veiculadas em rádios, jornais impressos, telejornais, revistas ou sites de notícias de todo o país, no período de oito de agosto deste ano até fevereiro de 2009.

Os jornalistas que trabalham em empresa de comunicação no país poderão concorrer ao prêmio, mas o enfoque da notícia terá de ser a realidade do trabalho escravo no Estado de Mato Grosso, que ocupa o segundo lugar no ranking nacional de trabalhadores resgatados. Somente neste ano já foram resgatados quase 300 trabalhadores pelos grupos móveis nacional e estadual de erradicação a essa forma de crime.

O Prêmio Nacional Dom Pedro Casaldáliga pela Erradicação do Trabalho Escravo em Mato Grosso é uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho e do Ministério Público Estadual, e conta com o apoio da FENAJ – Federação Nacional de Jornalistas, do SINDJOR – Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso, da AMATRA23 – Associação dos Magistrados do Trabalho, da Associação dos Promotores de Justiça do Estado e da Superintendência Regional do Trabalho/ SRTE/MT.

O lançamento do prêmio será em Cuiabá, dia 7 de agosto, no auditório do Ministério Público Estadual, quando será divulgado o regulamento da premiação. Na ocasião serão desenvolvidas atividades culturais relacionadas à questão do trabalho escravo. Fazem parte da programação a exposição de fotos de resgate de trabalhadores em fazendas de MT,

reportagens divulgadas em jornais impressos da região, desempenho da artista plástica e jornalista Vitória Basaia, a apresentação do coral do SINDJOR e de um grupo de atores que são integrantes do MST – Movimento dos Sem Terra.

O objetivo da criação desse prêmio é fomentar a produção de reportagens que, de alguma forma, venham a contribuir para esclarecer o que é o trabalho escravo, os focos de sua ocorrência em Mato Grosso, os motivos pelos quais essa chaga social ainda persiste nos dias atuais, entre outros enfoques que façam com que a sociedade saiba mais sobre o assunto e para que haja uma mudança de cultura e de comportamento que auxiliem o poder público a erradicar esse crime.

É necessário o envolvimento direto da sociedade como um todo no sentido de conscientizar-se acerca da gravidade do problema, pois a repressão é uma medida drástica que combate o crime, após a sua ocorrência, mas apenas ela não basta. Precisamos reforçar a prevenção, por meio da educação e do respeito do próximo, ser humano igual e detentor dos mesmos direitos naturais e constitucionais. E uma das principais formas de prevenir é bem informar a sociedade acerca dos problemas existentes. Daí a importância e o poder do papel desempenhado pelos meios de comunicação, os quais, ao bem exercer esse papel, contribui decisivamente para a transformação da realidade, acrescentou o Procurador do Trabalho e Coordenador do prêmio, Rafael de Araújo Gomes.

O prêmio recebeu o nome de Dom Pedro Casaldáliga, Arcebispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, que em 1971 denunciou pioneiramente a existência de trabalho escravo no Brasil, na região noroeste de MT, também conhecida como Vale dos Esquecidos. Em muito graças ao trabalho de Dom Pedro Casaldáliga, o Brasil acabou reconhecendo a existência desse problema internamente e perante as organizações internacionais de defesa dos direitos humanos, como a OIT e a ONU, passando a combater essa prática criminosa por intermédio do grupo móvel nacional do Ministério do Trabalho e Emprego.

Dom Pedro Casaldáliga, então Bispo de São Félix do Araguaia, em manifesto escrito na década de 70 intitulado Uma Igreja da Amazônia em Conflito com o Latifúndio e a Marginalização Social, ou como ele também chamou como sendo O Grito da Igreja da Amazônia denunciava ao mundo que o sertanejo é a vítima da ganância alheia, da inconsciência dos patrões, da exploração dos trêfegos políticos que na região aparecem de eleição em eleição (...). Esse infeliz, sobejo das pragas e das verminoses, vive na penumbra de um futuro incerto. Indiferentemente a tudo, eles vão ganhando o pão de cada dia, pois para eles só existem dois direitos: o de nascer e o de morrer.

*Premiação terá valores nunca pagos As melhores matérias jornalísticas vão concorrer a prêmio em dinheiro cuja origem é de ações judiciais e termos de ajustamento de conduta, nas quais se previu a obrigação de empregadores em pagar indenização a título de danos morais coletivos. No total será destinada a importância de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais), divididos para as seguintes categorias: rádio 40 mil reais, televisão 40 mil reais, jornal impresso 40 mil reais, revista 40 mil reais e site de notícia 20 mil reais, para o primeiro colocado. Os segundos colocados em cada categoria serão premiados com notebooks.

Essa é uma forma que as entidades organizadoras do concurso encontraram para reverter parte das indenizações coletivas em prol da formação da opinião pública a respeito do trabalho escravo, por intermédio dos meios de comunicação que têm papel fundamental nesse processo de transformação da realidade social vivida em Mato Grosso.

A entrega dos prêmios será feita no dia 11 de março de 2009, pelos componentes da Comissão Julgadora das reportagens.

A inscrição das matérias deverá ser feita via internet no seguinte endereço www.mp.mt.gov.br a partir do dia 8/08/2008*, preenchendo-se uma ficha de inscrição e consultando-se todo o regulamento do prêmio. Maiores informações poderão ser obtidas nos telefones: (65) 3613 9140 (Ministério Público do Trabalho) ou (65) 3613 1632 (Ministério Público do Estado de Mato Grosso).





Fonte: 24 Horas News

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