Gilmar Mendes: vazamento em ação da PF é regra
"É fundamental atentar para o vazamento em 'drops' de informações de operações", completou o ministro, destacando não ser "razoável" esse tipo de método da PF.
Gilmar Mendes, defensor da aprovação de uma nova lei contra abusos de autoridades, foi alvo de recente desgaste com a PF por ter mandado soltar por duas vezes o banqueiro Daniel Dantas, controlador do grupo Opportunity e preso na Operação Satiagraha. Ele defendeu ainda a decisão de conceder habeas-corpus a determinados presos pela PF. "Ninguém tem compromisso com a impunidade", afirmou.
Mendes relembrou também a aversão da sociedade à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de impedir que o ex-dono do banco Marka Salvatore Cacciola chegasse ao Brasil, extraditado, com algemas. "Um dia é um adversário político exposto com algema. Amanhã, podemos ser nós. Com isso, não se pode brincar", criticou o ministro, destacando que a PF extrapola no que, para ele, são "regras básicas de constitucionalidade".
"Não se pode ter essa exposição. Todos estão submetidos à Constituição e a lei, submetidos a essas regras básicas de constitucionalidade". Sem citar a Operação Satiagraha, Mendes condenou ainda a postura dos policiais federais de darem voz de prisão de madrugada, como ocorreu com o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, preso em sua casa ainda de pijama. "Antigamente, você tinha certeza que quem batia na sua porta era o leiteiro. Hoje está meio confuso", disse.
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