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Segundo delegado, arma usada no crime seria para fazer segurança dela. Magistrada foi morta com dois tiros quando trabalhava em Fórum.
Ex-marido confessa ter matado juíza em MT por não aceitar separação
O enfermeiro Evanderly de Oliveira Lima confessou nesta segunda-feira (10) ter matado a juíza Glauciane Chaves de Melo, de 42 anos, por não aceitar a separação, conforme informou o delegado João Ferreira Borges Filho, que investigou o crime. O suspeito se disse transtornado com o fato da magistrada estar supostamente com outra pessoa, mas negou ter ido ao Fórum de Alto Taquari, a 509 km de Cuiabá, na sexta-feira (7) exclusivamente na intenção de matá-la. A vítima foi morta com dois tiros na cabeça no gabinete onde trabalhava.
Os dois estavam separados desde dezembro do ano passado. "Ele contou que a separação foi amigável e que continuava tendo livre acesso à ex-mulher, porém, não aceitava essa separação", disse o delegado. O casal era de Belo Horizonte (MG) e se mudou para Alto Taquari após Glauciane tomar posse como juíza, há um ano.
Evanderly deve ser encaminhado para a Penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, antigo presídio da Mata Grande, em Rondonópolis, a 218 km da capital. De acordo com o delegado, ele deve responder por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e sem condições de defesa para a vítima.
Ele contou à polícia que estava com a arma usada no crime desde que se mudou com a então mulher para Alto Taquari. "A arma seria usada para fazer a segurança da vítima", afirmou Borges Filho. O revólver calibre 38 foi encontrado pela polícia em um gramado na frente do Fórum após ter sido abandonado pelo suspeito, após o crime. A arma foi encaminhada para a perícia, mas, segundo a Polícia Civil, tudo indica que seja a arma usada para assassinar a magistrada.
A demora na localização do suspeito, que ocorreu três dias após o crime, embora ele tivesse fugido a pé, se deu pela camuflagem que ele usou durante a fuga. Segundo o delegado, o enfermeiro se cobria de folhas e andava à noite para evitar que os policiais o vissem. Aproximadamente 100 policiais civis e militares, sendo que alguns do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Grupo de Operações Especiais (GOE), ajudaram nas buscas.
"Ele estava camuflado embaixo do capim, estratégia de sobrevivência que aprendeu em um curso que fez, e como andava à noite demorou para ser encontrado", frisou o delegado. Quando foi encontrado, o suspeito estava cansado e com cãimbra. A polícia também seguiu as pegadas que ele havia deixado.
O capitão da PM Fernando Galindo, que coordenou a operação na mata, informou que o suspeito foi encontrado há aproximadamente 12 quilômetros do perímetro urbano de Alto Taquari e estava bastante debilitado. "Ele estava muito cansado e com cãimbra", disse. Evanderly estava sem nenhuma mala e com a roupa que tinha fugido na data do crime.
A família da juíza emitiu uma nota após a prisão do suspeito e agradeceu o empenho dos policiais e do presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) e do promotor do caso. "Agradecemos de forma especial o empenho de cada policial, que não se deixou abater diante das dificuldades da região, com sacrifício pessoal para o cumprimento da missão de busca e prisão do assassino da doutora Glauciane", diz trecho da nota.
Durante as investigações, de acordo com a Polícia Civil, testemunhas informaram que a magistrada vinha recebendo ameaças do ex-marido, porém, não havia registrado nenhuma queixa contra ele. "Ele não teria planejado matá-la, mas estava muito perturbado", disse o delegado João Ferreira Borges Filho, responsável por investigar a morte da juíza.
Fonte:
Do G1 MT
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