Trocar operadora e manter número deve atrasar conexão, diz Claro
O presidente da Claro, João Cox, afirmou nesta terça-feira que a portabilidade numérica (manutenção do mesmo número telefônico), que começa a entrar em operação no mês que vem, deve atrasar as conexões entre telefones.
Segundo o executivo, atualmente, quando o usuário digita os dois primeiros números do telefone celular, a operadora já inicia o processo de ligação, porque cada operadora sabe quais são suas linhas pelo início do telefone. Com a portabilidade em vigor, a conexão pode levar um pouco mais de tempo porque o número e a respectiva empresa terão de ser identificados, já que o prefixo não será mais específico de cada operadora.
Para a Claro, com a portabilidade as empresas estarão mais abertas a riscos e oportunidades. Cox afirmou, no entanto, que não teme a portabilidade porque, segundo ele, a Claro investiu em qualidade de serviços e de atendimento para não deixar escapar os clientes.
"Em tese, pode ser pior para as empresas que estão há mais tempo no mercado", afirmou. A portabilidade favorece, justamente, quem tem o número há mais tempo e quer mantê-lo, mesmo trocando de operadora.
Segundo Cox, o investimento do setor na portabilidade passa de R$ 1 bilhão. Embora diga que não discute "a decisão de política pública" de investir tais recursos na portabilidade, o executivo afirma que os valores poderia ser usados para outras áreas, como ampliação das redes, por exemplo.
A portabilidade começa a ser implementada em agosto e, em março de 2009, deverá valer em todo o país, segundo decisão da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Em São Paulo, a portabilidade será possível entre agosto deste ano (código 19) e fevereiro do ano que vem (código 11).
A Claro, segundo Cox, deve investir mais de R$ 2 bilhões neste ano na ampliação e melhoria dos serviços, incluindo a tecnologia 3G, já oferecida pela empresa.
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