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Economia
Segunda - 10 de Junho de 2013 às 07:19

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Latin Content, Getty Images
Eike Batista passou de 7º homem mais rico para 100º na lista da Forbes
Eike Batista passou de 7º homem mais rico para 100º na lista da Forbes
Eike Batista ocupou o sétimo lugar no ranking dos mais ricos do mundo da revista Forbes, no ano passado. E a expectativa era de que em alguns anos galgasse posições rumo ao topo da lista. No entanto, o desempenho de suas empresas tem oscilado e, na nova lista da publicação americana, divulgada em fevereiro, Eike ocupa a 100ª posição. Para completar, ganhou o título de “maior perdedor do ano”. Segundo a Forbes, o empresário viu sua fortuna encolher de US$ 30 bilhões para US$ 10,6 bilhões.


 
Esta grande oscilação no patrimônio de Eike em curto período de tempo tem explicação. Para mensurar a riqueza dos empresários que constam em suas listas, publicações como a Forbes se baseiam na participação destas pessoas em suas empresas com capital aberto na Bolsa. Logo, o patrimônio estimado pode variar de acordo com o desempenho das ações. Segundo o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Alfredo Melo, como grande parte dos negócios de Eike estão na Bolsa (OGX, MMX, MPX, OSX, LLX e CCX), sua riqueza virtual flutua assim como o preço das ações.


 
Professor da mesma universidade, Aureliano Bressan aponta ainda outro motivo para o sobe e desce do patrimônio do empresário: muitas das empresas de Eike - conhecidas como “empresas X” por terem nomes terminados por esta letra - foram criadas com base em projetos que ainda não haviam sido colocados em prática. As expectativas em relação a estes empreendimentos eram muito boas, mas sucessivas falhas na execução dos projetos acabaram diminuindo a confiança dos investidores, o que levou à despencada do valor de mercado das empresas. O professor considera que o excesso de otimismo foi prejudicial às finanças de Eike, pois se tivesse havido mais cautela, as perdas seriam menos expressivas.


 
De acordo com Bressan, é difícil fazer previsões quanto ao futuro das empresas X, mas o mais provável é que ainda sofram grandes oscilações. Ele considera que para sair do “inferno astral” os projetos sobre os quais se baseiam precisam começar a dar resultados. Outra boa solução é buscar parceiros fortes, como fez a OGX. Considerada a empresa brasileira de capital aberto com o maior prejuízo nominal dos balanços do primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2012, conforme a ferramenta Economatica, a petroleira teve prejuízo de R$ 798,7 milhões de janeiro a março. E procurou ajuda.


 
No início de maio, a OGX anunciou a venda de 40% de participação de um de seus blocos exploratórios para a Petronas, petrolífera estatal da Malásia. Bressan explica que esta venda é positiva, pois um novo sócio representa a injeção de capital que a empresa precisava. Fechar negócio com a Petronas traz também fluxo de caixa e segurança. O voto de confiança de uma petrolífera com a credibilidade da estatal malaia tranquiliza os investidores. “O raciocínio é o seguinte: se a Petronas considerou que valia a pena se associar à OGX, é porque algo de muito bom ela deve ter, o que valoriza a empresa”, afirma o professor.


 
Sem afetar a economia nacional


 
Para os especialistas, os efeitos da oscilação no patrimônio de Eike não geram grande impacto na economia brasileira. Nem o patrimônio do empresário é tão afetado pela economia nacional. Melo considera que, apesar de as “empresas X” estarem voltadas a áreas importantes, como mineração e exploração de petróleo, sua influência sobre a economia brasileira não é relevante.


 
Para Bressan, a relação se dá por dois canais. “O primeiro é a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social nos negócios de Eike, o que representa dinheiro público investido, e o segundo é o reflexo da desvalorização dos empreendimentos do empresário, que pode ser prejudicial a investidores brasileiros”, afirma.



A influência da economia brasileira sobre os negócios do empresário, segundo Melo, ocorre à medida que a onda de otimismo em relação à situação econômica brasileira pode atrair investidores para empresas verde e amarelas. Segundo o professor, esta influência poderia ser maior se os investimentos de Eike fossem voltados principalmente a bens de consumo, mais suscetíveis às oscilações da economia nacional.





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