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Agronegócios
Terça - 22 de Julho de 2008 às 08:54

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Mais de duas toneladas de carne de jacaré mato-grossense foram vendidas na última semana pelo abatedouro de jacaré de Cáceres (225 quilômetros de Cuiabá) para uma distribuidora especializada em carnes exóticas de São Paulo. A Cooperativa de Criadores de Jacaré do Pantanal (Coocrijapan), é a primeira indústria frigorífica que abate jacaré no Brasil e o único criatório dos animais em Mato Grosso. No último mês, a cooperativa ganhou a instalação do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que permite a comercialização da carne para outros estados até para outros países.

Entretanto, é a primeira vez que a carne de jacaré da região pantaneira foi comercializada fora de Mato Grosso. De acordo com o presidente da Coocrijapan, Pedro Lacerda, já existe um início de negociação com a China e o Japão que também pretendem comprar a carne de jacaré. A cooperativa é a primeira da América Latina a receber a autorização do SIF com direcionamento para jacaré.

O frigorífico abate cerca de 400 jacarés ao dia. No entanto, três dos maiores criadores estão na região de Cáceres e um no município de Poconé. Conforme Lacerda, Mato Grosso deve ter atualmente pelo menos 500 mil animais. O presidente explica que a comercialização da carne é totalmente legalizada e a atividade auxilia a combater o comércio ilegal. A intenção, segundo ele, é gerar renda alternativa com sustentabilidade ambiental. A Coocrijapan possui 30 cooperados, sendo a maioria pecuaristas da região.

Lacerda ressalta que todo o processo de criação é legalizado junto ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis Naturais (Ibama), desde 1990 e, que cada criador devolve a natureza 10% dos ovos postos. "Só soltamos os animais maiores, ou seja, que já tem condições de se defender de predadores. O índice de reposição é maior que da natureza que é de aproximadamente 4%", afirma o presidente.

Cada réptil leva cerca de dois anos e meio para ser abatido e é criado em tanques com temperatura ambiente. Entretanto, o abate de jacarés no Pantanal sempre foi um tema polêmico entre pesquisadores, fazendeiros e ambientalistas.

Especialistas em preservação estudam uma forma de liberar o abate controlado de jacarés no Pantanal que atualmente só é normatizada a criação em cativeiro, a partir de ovos retirados dos ninhos, porém, que os criadores se comprometam em preservar os répteis até o primeiro ano de vida para que em troca possam promover o abate de animais adultos.





Fonte: 24 Horas News

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