PF vai investigar morte de criança indígena atingida por arma de fogo em MT

A Polícia Federal de Cuiabá vai investigar a morte de uma criança indígena de sete anos morta com um tiro na testa, ocorrido na quinta-feira passada (17) na aldeia Pacovinha, em Juína, distante a 735 quilômetros de Cuiabá.

A vítima, identificada como Alex Cinta-Larga, foi atingida por uma bala calibre 22 disparada acidentalmente por um parente. Geovane Cinta Larga estava caçando e efetuou um disparo paralelo à água. A bala ricocheteou e atingiu a criança que estava na outra margem do rio.

O corpo do indígena foi encaminhado à Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Em seguida, o Insituto Médico Legal realizou os exames periciais no corpo da vítima. A Polícia Civil da cidade vai encaminhar ainda nesta quinta-feira (24), o Boletim de Ocorrência com as informações do caso à Polícia Federal, responsável por crimes desta natureza. No documento policial, o fato foi configurado como de homicído culposo, aquele onde não há intenção de matar.

Armas de Fogo nas mãos de índios

A justiça não confere aos índios poder de registro de armas de fogo. Nenhum índio pode ter nenhum instrumento que venha lesionar fisicamente outro ser humano. Porém, muitos indígenas possuem em suas aldeias armas utilizadas à caça e pesca de animais. Armas como chumbeira e espingarda calibre 22, como a que vitimou o pequeno índio de sete anos, são comuns nas aldeias.

O site da TV Centro América entrou em contato com o administrador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Juína, Antônio Carlos. Ele disse que o porte de armas a indígenas não é regulamentado por lei, mas é comum a existência de armas para a caça utilizadas nas aldeias. " Na realidade as armas que os índios usam são armas de caça. Armas de calibre maior não podem ser usadas", ressaltou.

Na época do cadastramento das armas de fogo em todo o país, a Funai juntamente com a Polícia Federal iniciaram um projeto de cadastramento das armas de fogo nas mãos dos indígenas, mas o projeto não foi concluído. " O cadastramento dessas armas não foi concluído", afirma o administrador da Funai.