"Mostrei que posso chegar lá", afirma Nelsinho Piquet
Numa corrida em que o McLaren de Lewis Hamilton sobrou e as Ferrari de Felipe Massa e Kimi Raikkonen deixaram a desejar, quem brilhou no GP da Alemanha, em Hockenheim, no domingo, foi Nelsinho Piquet.
Graças a uma estratégia de apenas uma parada nos boxes e uma boa dose de sorte, o piloto brasileiro completou a prova em segundo e subiu pela primeira vez no pódio da principal categoria do automobilismo.
Ao seu lado, Hamilton, o vencedor, e Massa, o terceiro. Desde o GP da Bélgica de 1991 o Brasil não tinha dois pilotos entre os três primeiros colocados de uma etapa da F-1.
"Foi maravilhoso! Conseguir um pódio é ótimo, ajuda a dar mais confiança e é bom para o time também", declarou Nelsinho, 22, que tem sido duramente criticado pelas fracas atuações desde sua estréia, na Austrália --completou só quatro das dez corridas disputadas.
"A verdade é que tive sorte. Não adianta achar que vou chegar na Hungria, na próxima corrida, e vou conseguir outro pódio", disse o piloto da Renault, que deu ao time seu melhor resultado na temporada.
"Mas acho que foi importante porque mostrei que, se me derem condições, eu posso produzir resultados, posso chegar lá", completou Nelsinho, nono dos 28 brasileiros que chegaram à F-1 a subir no pódio.
Após uma péssima classificação, na qual conseguiu apenas o 17º lugar no grid, a sorte de Nelsinho começou a mudar na 35ª volta da corrida, quando ocupava o 13º lugar.
Enquanto se encaminhava para os pits para sua única parada, na reta dos boxes um problema na suspensão traseira direita do Toyota de Timo Glock fez com que o piloto alemão perdesse o controle do carro e batesse com violência no muro.
O safety car foi então mandado à pista, e os boxes foram fechados. Nelsinho, que havia voltado em 14º após o reabastecimento, herdou o terceiro posto com a abertura dos boxes três voltas depois e a entrada de 11 carros que estavam à sua frente --só Hamilton e Nick Heidfeld continuaram na pista.
"A batida caiu no meu colo e acabou dando tudo certo", comemorou o brasileiro.
Massa, que vinha em segundo antes de fazer seu pit, retornou atrás do piloto da Renault. Com as paradas de Hamilton e Heidfeld --ambos com estratégias de dois pits--, Nelsinho pôde liderar pela primeira vez um GP. Foram seis voltas até que o inglês da McLaren o superasse e assumisse a ponta da prova, de onde não mais sairia.
"O Lewis estava muito rápido... Eu o vi lutando com o Felipe e depois fazendo a ultrapassagem sobre ele. Achei melhor não endurecer muito porque eu podia perder tempo e ser alcançado pelo Felipe", explicou.
"Aprendi uma lição nesta corrida. O final de semana só acaba depois da bandeirada. Ontem [sábado] eu estava chateado, pra baixo, achando que meu fim de semana seria ruim e que eu poderia conseguir no máximo um 13º, 14º lugar. Mas graças a Deus não foi assim", completou o piloto, que lamentou não ter a companhia de sua família na Alemanha --seu pai estava em Brasília.
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