Criado bioinseticida para combater pragas da soja e milho
A Embrapa criou um bioinseticida formado por bactérias para combater pragas nas lavouras de soja, milho, algodão, arroz e feijão. A novidade deve auxiliar os produtores a eliminar as pragas com um inseticida que não possui produtos químicos.
A novidade começa no desenvolvimento da fórmula. Em um armário cheio de gavetas há 2.300 tipos de bactérias coletadas no solo, na água e no ar por todo o Brasil. Quem pensa que são sinônimos de doenças, está enganado. Pesquisadores da Embrapa estudaram como as bactérias poderiam ser úteis para resolver um problema do campo: matar lagartas sem agrotóxico. Depois de quatro anos, chegaram ao novo produto, o bioinseticida, batizado de 'ponto final'. "No momento que você tem uma praga alvo, nós pegamos todas estas bactérias e testamos contra o alvo que a gente quer. No caso aqui foi nas lagartas", diz Rose Monnerat, chefe do projeto.
Monnerat explica que a bactéria utilizada é considerada 'boa' porque mata o inseto. "Ela causa uma doença no inseto que vai levá-lo à morte, mas ela não faz nada pra gente e nada pro ambiente. Então se eu comer esta bactéria não vai acontecer nada comigo. Ela é uma bactéria benéfica", diz a pesquisadora.
Essa não é a primeira vez que a Embrapa desenvolve um inseticida sem produto químico para lagartas. Em 1985, o Globo Rural mostrou o báculo vírus. Como o próprio nome diz, ele é feito a partir de um vírus e mata as lagartas que atacam as folhas da soja.
O novo bioinseticida, desenvolvido a partir da bactéria identificada como S1905, vai combater três pragas. A lagarta que come as folhas da soja, a lagarta que estraga as hortaliças também conhecida como traça das crucíferas e a lagarta do cartucho do milho ou a lagarta militar, que ataca também as plantações de arroz, feijão e algodão. A pesquisadora afirma que o produto foi testado com sucesso.
"Todos os testes aqui na área da Embrapa foram já concluídos. Todos eles deram resultado muito bom. Agora nós estamos finalizando os testes nos produtores na região", concluiu a bióloga.
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