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Economia
Quinta - 17 de Julho de 2008 às 21:06

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Mato Grosso exportou U$ 3.81 bilhões neste primeiro semestre, sendo que deste total, cerca de U$ 4.6 milhões foram com a venda de produtos para o Peru. Com base nestes dados expostos nesta quinta-feira (17.07) pela Federação das Industrias de Mato Grosso, o embaixador peruano no Brasil, Jaime Stiglich, acompanhado de uma comitiva empresarial, apresentou uma proposta para que a produção do Estado possa escoar pelos sete portos do país vizinho. O Peru possui grande produção de produtos essenciais para a agricultura, fazendo assim uma caminho comercial de ida e volta.

“Uma carga do fosfato, que hoje é comprada da Rússia, leva em torno de 40 dias para chegar até Mato Grosso. Se comprarmos do Peru, o fosfato pode estar sendo utilizada nas plantações em quatro dias”, comenta o presidente da Fiemt, Jadir Milan. Chegar ao pacífico pelo país vizinho também representa um aumento significativo na industrialização do Estado, explica o presidente. Ele aponta que a cordilheira dos Andes é uma barreira que dificulta o frete de cargas pesadas, acima de 20 toneladas. A solução é a exportação de produtos prontos para o consumo, totalmente industrializados, com alto valor agregado.

O secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, adianta que no próximo mês, em agosto, uma comitiva de 40 empresários mato-grossenses irá até a cidade peruana de Arequipa, onde participarão de várias reuniões onde irão aumentar o volume dos negócios entre o Estado e o Peru. Ele observou que aumentar a relação com o país vizinho destaca o potencial competitivo do Estado. “Existem produtos que, se importamos do Peru, serão mais baratos que os que vem do nordeste brasileiro”.

O embaixador Jaime Stiglich destacou duas rotas para que os produtos brasileiros utilizem os portos no oceano Pacífico. A mais próxima da produção mato-grossense começa na capital do Estado de Rondônia, Porto Velho. São 1.200 quilômetros da fronteira brasileira até os portos peruanos. A rodovia que corta este traçado esta sendo construída por empresas brasileiras, que terão uma concessão de 25 anos para recuperar o investimento realizado. O representante peruano detalha que metade da via já está concluída, e a outra parte deve estar pronta em dois anos.

“Existem cerca de 60 milhões de pessoas que vivem nesta região que envolve Mato Grosso, a Amazônia, o norte boliviano e o Peru. Estas pessoas não estão conectadas, não interagem entre si. Para existir comércio é necessário este entrosamento e para isso precisamos realizar obras de infra-estrutura, como um aumento da produção de energia elétrica, e a instalação de cabos de fibra-ótica”, comenta o embaixador.

O Peru possui dois dos três maiores portos do oceano Pacífico, sendo que o primeiro fica nos EUA. São águas com mais de 400 metros de profundidade, o que permite que grandes embarcações utilizem a estrutura para levar produtos até os países asiáticos. Neste sentido, o maior comprador de produtos mato-grossenses é a China. Foram exportados para os chineses U$ 900 milhões somente neste primeiro semestre de 2008.

O embaixador peruano lembra que o país ainda possui um acordo de livre comércio com os EUA, e está em fase de negociação com a China e o Japão, entre outros países com acesso ao Pacífico. Assim, como ao lado dos portos existem zonas de livre comércio, os produtos mato-grossenses poderão se beneficiar das relações internacionais do país vizinho.

Integraram ainda a comitiva que acompanha o embaixador, o presidente da Câmara Binacional de Comércio e Integração Peru-Brasil, Miguel Veja Alvear; vice-presidente da Ferrocarril Transadino do Peru, Rafael Lopez Aliaga, e o gerente geral, Rômulo Guidino; o diretor-jurídico Antônio Modesto de Oliveira, e o consultor Alexandre Graviloff.





Fonte: Secom-MT

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