EUA caem de 2º para 12º lugar em desenvolvimento humano
O Relatório de Desenvolvimento Humano Americano indica que os Estados Unidos caíram do segundo para o 12º lugar em termos de desenvolvimento humano desde 1990.
Segundo o relatório, o país tem expectativa de vida mais baixa do que quase todos os outros países desenvolvidos, apesar de gastar mais de US$ 5 bilhões por dia em saúde.
O documento analisou dados do governo americano e combinou índices dos setores de saúde, educação e renda em uma medida, o índice de desenvolvimento humano, baseado no indicador usado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Organizações como a Oxfam americana, a Fundação Rockefeller e a Fundação Conrad Hilton financiaram o documento.
Expectativa de vida
O relatório Measure of America ("Medida da América", em tradução livre) afirma que, em termos de expectativa de vida, os Estados Unidos estão em 42º lugar, apesar de terem a segunda maior renda per capita do mundo.
Entre as nações mais ricas do mundo, os Estados Unidos têm o maior número (15%) de crianças vivendo na pobreza.
O documento também identifica enormes desigualdades dentro dos Estados Unidos. Uma criança nascida em Washington, por exemplo, tem quase duas vezes e meia mais chances de morrer no primeiro ano de vida do que uma nascida em Vermont.
"Alguns americanos vivem cerca de 30 a 50 anos atrás de outros quando se fala de questões com as quais todos nos preocupamos: saúde, educação e padrão de vida", afirma Sarah Burd-Sharps, uma das autoras do relatório.
"Por exemplo, o índice de desenvolvimento humano mostra que as pessoas no Estado que está nos últimos lugares, Mississipi, estão vivendo 30 anos atrás das pessoas que moram em Connecticut, que está em primeiro lugar", acrescentou.
O nordeste dos Estados Unidos tem a posição média mais alta no índice. De acordo com o relatório, as pessoas na região ganham mais, têm nível de educação mais alto e têm a segunda maior expectativa de vida.
Depois do Mississipi, os Estados de Louisiana, Arkansas, Alabama e Virgínia Ocidental são os que estão mais baixo na classificação do relatório.
Grupos étnicos
O documento também aponta uma grande diferença entre grupos étnicos americanos.
Homens asiáticos nos Estados Unidos têm a mais alta pontuação no índice de desenvolvimento humano e sua expectativa de vida é 14 anos maior do que homens afro-americanos, que têm a mais baixa classificação no índice de desenvolvimento humano.
Afro-americanos têm o tempo de vida mais curto do que o americano médio tinha no final dos anos 1970.
Além disso, segundo o documento, os principais fatores causadores de mortes prematuras são a falta de seguro saúde - que afeta 47 milhões de americanos - e a obesidade, que mata um americano a cada 90 segundos.
Apesar dos problemas, o documento também identifica progressos nos Estados Unidos nos últimos 50 anos. A expectativa de vida no país, 78 anos em média, aumentou em oito anos desde 1960.
Comentários