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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Terça - 15 de Julho de 2008 às 11:52

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O assunto envolve o direito de uma criança de ser amamentada. As vésperas de completar dois meses de vida, uma criança vai encontrar a mãe que está presa há cinco meses na cadeia pública do município de Rondonópolis. Ela é acusada de tráfico de drogas e se desespera por não poder mais amamentar o filho.

"Ter um filho e não poder ficar junto dele, é muito triste. Nunca pensei que iria ser tão díficil esta situação", protestou a mãe que está presa.

Decisão da Justiça

A decisão de separar mãe e filho foi do juiz da 3ª Vara Criminal e corregedor dos presídios da cidade. Vladimir Perri esteve na unidade prisional para verificar as condições que vivem os presos.

No entendimento da Justiça, o local não oferece segurança e bem estar para o menino, que está vivendo longe da mãe. "A criança não nasceu presa. Quem cometeu o delito foi a mãe e não a criança", explicou o juiz Vladimir Perri.

Por conta disso, o juiz concedeu a guarda da criança para o pai que mora em Pedra Preta, distante cerca de 30 quilômetros de Rondonópolis.

A tia da criança se dispõe a ajudar no que precisar. "Estamos fazendo o possível para melhorar esta situação. Enquanto ela estiver presa, vamos levar a criança para visitar a mãe", falou a tia da criança Edna de Jesus.

Conselho tutelar

O Conselho da Mulher de Rondonópolis acompanha o caso de perto. Para a vice-presidente e conselheira da mulher, Sandra Raquel Mendes, mãe e filho não devem ficar separados, ainda mais, nesta fase da vida em que o leite materno é essencial. "A mãe está bem debilitada e acredito que já esteja em começo de depressão, porque está longe do bêbe. Ela errou e vai pagar por isto, mas o direito que toda a mulher tem é de amamentar o próprio filho até os primeiros seis meses", defendeu Sandra Mendes.

Dificuldades

Na cadeia de Rondonópolis existem duas celas para mulheres. A capacidade é de 16 presas cada uma, mas segundo o Conselho Municipal da Mulher, o limite máximo não está sendo respeitado. "Hoje nós temos de 29 a 30 mulheres por cela", relatou Sandra.

A mãe reconhece as dificuldades em criar o filho dentro da unidade prisional. "É muito lotado e tem muita mulher aqui dentro. Espero muito um dia sair daqui e viver minha vida junto com meu filho", desabafou a mãe.

De acordo com o juiz, a presa tem o direito de pedir transferência para outra unidade que ofereça melhores condições. "Deveria existir um local apropriado, como um berçário, que proporcionasse a mãe ficar perto do filho, mas não temos isso aqui na cadeia de Rondonópolis", protestou o juiz.

"Já que esta nova cadeia vai demorar, deve ser criado nesta mesma unidade um quartinho, ou um espaço de imediato. Assim estas mães não precisam ficar longe dos filhos", rebateu Sandra.





Fonte: TVCA

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