Assessor de Lula nega tráfico de influência
Segundo a escuta telefônica, Carvalho teria prometido a Greenhalgh em um telefonema verificar junto à Abin (Agência Brasileira de Inteligência) se havia naquele momento investigações envolvendo o banqueiro Daniel Dantas, controlador do grupo Opportunity, e seu braço direito, Humberto Braz. A Gilberto Carvalho também teria sido pedido que ele intercedesse junto ao diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa.
Segundo o chefe de gabinete, o ex-deputado informou que Braz havia sido "seguido no Rio de Janeiro, após deixar os filhos na escola, e que, interceptado pela Polícia do Rio, o condutor do carro que pretensamente lhe fazia a perseguição se apresentou como tenente da Polícia Militar de Minas Gerais, exibindo documentos que diziam estar a serviço da Presidência da República".
Greenhalgh teria entrado em contato com Carvalho para verificar se a informação procedia ou se era uma "tentantiva de seqüestro comum, com uso de documentação falsa".
O chefe de gabinete disse que foi informado no Gabinete de Segurança Institucional da Presidência que o tenente era credenciado, mas não realizava o trabalho descrito por Greenhalgh.
Carvalho reiterou que não entrou em contato com o Ministério da Justiça e nem com a direção da Polícia Federal, "conforme já declarado pelas respectivas autoridades".
No início da tarde Gilberto Carvalho havia dito estar "tranqüilo", apesar de ter sido alvo de grampo da Polícia Federal.
Ainda na tarde de hoje, o presidente Lula deve ser informado de todos os desdobramentos da Operação Satiagraha. Durante a reunião semanal de Coordenação Política, Lula e seus principais ministros deverão discutir o eventual desgaste provocado pela suposta participação de auxiliares do presidente no esquema supostamente coordenado por Daniel Dantas.
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