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Domingo - 09 de Junho de 2013 às 07:51

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Diante das inúmeras dificuldades enfrentadas pelas famílias dos 12 assentamentos de Pedra Preta, a Assembleia Legislativa convocou os órgãos competentes para buscar alternativas que solucionem os problemas. A falta de infraestrutura básica, como estradas, pontes e água potável, inviabiliza a produção da agricultura familiar e retira o direito dos cidadãos de ter vida digna. Requerida pelos deputados Sebastião Rezende e Hermínio J. Barreto, ambos do PR, a reunião recebeu aproximadamente 300 trabalhadores rurais, ontem (08), no Centro de Eventos de Pedra Preta.


 
Eles discutiram melhorias para os 12 assentamentos do município com representantes do Incra, Indea, Empaer, Intermat, Secretaria Estadual de Pavimentação Urbana, comandada pelo secretário Cinésio Nunes de Oliveira e de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, Meraldo Sá.


 
Composta de 12 assentamentos, Pedra Preta é um dos municípios mato-grossenses que clama por investimentos para melhorar a qualidade de vida da população dos assentamentos: 26 de Janeiro, Frei Servácio, Monte Azul, Águas da Serra, Wilson Medeiros, Flor do Prata, Vista Alegre, Colina I, Colina II, Laura, Banco da Terra e Canudos. Há também famílias no acampamento Sagrada Família.


 
O deputado Sebastião Rezende chamou a atenção para que o movimento se una na elaboração de projetos e possam recorrer às bancadas estadual e federal para viabilizar recursos federais. Também disse que o Governo Federal precisa determinar ao Incra ações efetivas que promovam a reforma agrária. “Nosso desejo é valorizar todos os assentamentos. Muitos necessitam da parceria com prefeituras para prosperar, pois não recebem a terra com infraestrutura adequada para produzir”.


 
J. Barreto destacou que o Governo Federal está dando oportunidade de os estados se organizarem e ter condições de buscar recursos destinados aos pequenos produtores. Citou a reestruturação da Empaer e recursos da CIDE, que poderão ser investidos na rodovia do leite. Também questionou a Lei Kandir que prejudica Mato Grosso, mesmo sendo um dos estados que mais contribui com a Balança Comercial. Ainda informou que já está garantida a ligação asfáltica de Pedra Preta ao Terminal Ferroviário de Rondonópolis. “Produtivas as audiências públicas nesta cidade, que clama por investimentos. Espero que as ações sejam consolidadas para fomentar a economia da região. Vamos continuar atentos às questões e defender os interesses do cidadão”. Ontem (07), os deputados tiveram a garantia da Rede Cemat de que o linhão na cidade será construído até setembro deste ano.


 
A trabalhadora Elizete Pereira Dias, assentada no P.A 28 de Dezembro há 10 anos, é uma das moradoras que aguarda pelos investimentos. “Não temos casa, água, pontes e estradas. É muito difícil produzir sem apoio”, relatou. O serviço de topografia dessa área foi feito há três anos.


 
Presidente do Assentamento 26 de Janeiro, Valdison Coelho, o Mineirinho, falou sobre as dificuldades existentes e reconheceu o empenho da Assembleia Legislativa em conclamar as famílias e órgãos competentes para buscar medidas que solucionem a demanda. “Água para todos, para nós é só no papel. Não temos estradas e precisamos ser atendidos”.


 
Conhecedor das dificuldades dos trabalhadores rurais, o deputado Nininho (PR) ressaltou o evento que demonstra a preocupação dos gestores em levar melhorias para as famílias. Lembrou que as mazelas existem pela falta de atenção da União, que fica com a maior parte da arrecadação e não dá condições ao estado de investir na infraestrutura dos municípios. E destacou o movimento como reforço para viabilizar as melhorias necessárias para os assentamentos, como fez no Assentamento Santo Antônio da Fartura, em Campo Verde e Santo Antônio de Leverger, que num trabalho em conjunto conseguiu prosperar e hoje é referência na produção de hortifrutigranjeiros.


 
A prefeita Mariledi Araújo Coelho Philippi (PDT) falou sobre a grande demanda em seu gabinete de trabalhadores pedindo maquinários, pontes, veículos para transportar os produtos, poços artesianos, dentre outros. “Não basta assentar. Tem que dar condições para trabalhar”.


 
Presidente da Empaer, Valdizete Fonseca garantiu que o órgão vai melhorar as condições de trabalho com a reestruturação aprovada pela Assembleia Legislativa. O primeiro passo será a realização de concurso público para ampliar o efetivo, já que os 145 mil assentados em Mato Grosso contam apenas com 500 servidores para atendimento. Também cobrou empenho na elaboração de projetos para viabilizar os recursos disponíveis por meio dos programas federais.


 
O deputado federal, Eliene Lima explicou que o problema poderá se agravar, caso não haja investimentos na agricultura familiar. “Mais de 90% dos filhos desses trabalhadores não têm interesse em dar continuidade ao trabalho dos pais, optando por ficar na cidade, fato que gera grande problema social”, alertou.


 
Secretário de Estado de Agricultura, Meraldo Sá, destacou a importância da valorização da agricultura familiar e comunicou que o governo vai investir R$ 26 milhões nos assentamentos para perfuração de poços artesianos. “Da produção agropecuária do estado, grande parte da mão de obra sai da agricultura familiar. Objetivo é assentar as famílias dando condições a elas de trabalhar na terra”.


 
O presidente da Câmara Municipal de Pedra Preta, Lenildo Augusto da Silva (PR) conclamou a população a participar efetivamente dos debates. “Nosso povo é trabalhador, sofredor que está no campo para produzir, mas não é valorizado. Temos que nos unir em benefício dos assentamentos”.


 
ECONOMIA – Com economia pautada na agropecuária, Pedra Preta já conta com importantes indústrias, que geram emprego e renda: laticínio, curtume e frigorífico. Boa parte dessa produção abastece São Paulo e o mercado exterior. O plantio de soja e milho também aquece o setor. Os produtos oriundos da agricultura familiar são entregues para a merenda escolar e Conab, em Rondonópolis. São cultivados mandioca, arroz, milho e amendoim.


 
Distribuída em 28 bairros, a cidade já se prepara para inaugurar um frigorífico de frango. E tem aprovada a construção de outro frigorífico para o abate de peixes e uma fábrica de papel. Rezende acredita que com a duplicação da capacidade de energia elétrica, com a construção do linhão, mais empresas poderão se instalar sem nenhum receio diante do potencial da região.


 
Também participaram o ex-deputado Aray Fonseca, vereadores e lideranças sindicais. Representou a Secretaria Estadual de Meio Ambiente – Sema, o adjunto de Bases Florestais, José Rezende; Almir Araújo, diretor da Sema – Regional Rondonópolis e Batmaisterson Schmidt, chefe de serviços do Incra.





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