Polícia encontra mãe que vendeu filha para comprar crack no RS

Os investigadores da Deca (Delegacia Especializada da Criança e do Adolescente) de Porto Alegre localizaram, na manhã desta sexta-feira (11), a mãe que vendeu a filha de um mês por R$ 5 e R$ 15 para comprar crack na capital gaúcha. Segundo informações do Conselho Tutelar, o caso ocorreu no domingo (6).

De acordo com a polícia, a tia da criança foi ouvida nesta sexta-feira. O objetivo era encontrar o paradeiro da mãe do bebê, que estava desaparecida. Segundo investigadores do Deca, ela é moradora de rua e teria outros sete filhos, todos criados por familiares dela.

O delegado responsável pelo caso, Carlos Miguel Vaz de Amodeo, ainda não definiu qual crime a mãe vai responder e se há a necessidade de prender a mulher pelo ocorrido.

O caso

O bebê de um mês servia para financiar a dependência da mãe pelo crack. Ela deixou a criança com uma moradora da região como garantia para um empréstimo de R$ 5, no domingo. Ao quitar a primeira dívida com traficantes, ela vendeu a criança por R$ 15 para outra mulher, de 59 anos, e que prefere não ser identificada.

Esta segunda mulher interrompeu o ciclo em que a criança era usada como mercadoria. Ao visitar a casa de parentes na região, ela se deparou com um pedido da mãe viciada. “Ela disse que estava devendo R$ 5 para uma pessoa e que a filha estava empenhada. Ou a resgatava dando o dinheiro, ou dando cinco preservativos sabor chocolate”.

Em seguida, a mãe voltou com o bebê nos braços e deixou a criança novamente com a mulher alegando que precisava arrumar comida e dinheiro. Ela retornou apenas na segunda-feira (7) para dizer que não tinha mais como ficar com a filha. “Falou que não tinha achado nada para comer, que eu podia pegar a menina para mim por R$ 15. Fiquei com pena, eu sou mãe, sou avó, sei como é importante criar um bebê. Por isso levei para minha casa e dei o dinheiro para ela”.

A criança, então, foi levada para o Conselho Tutelar da região. “É um caso triste que, infelizmente, ocorre com alguma freqüência na região. Recolhemos na vizinhança informações de que essa mãe é consumidora de crack. Ela fica usando a criança como garantia para conseguir qualquer troco para comprar a droga”, disse o conselheiro Marcelo Bernardi.

Segundo conselheiros tutelares gaúchos, a criança está em um abrigo na região e passa por exames médicos.