Mais da metade dos empregos formais urbanos está nas MPEs
Entre 2002 e 2005, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por cerca de 52% dos empregos formais urbanos do País, totalizando 5,3 milhões de postos de trabalho no período, de acordo com Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008, encomendado pelo Sebrae ao Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
O crescimento foi acompanhado pelo aumento no número de empresas de todos os portes, de 4,1% ao ano, na comparação entre 2002 e 2006. Do ponto de vista setorial, as MPEs de comércio e de serviços representaram 84% do universo de estabelecimentos formais brasileiros, somando 1,8 milhão de estabelecimentos no ano retrasado.
Em todos os estados brasileiros, o emprego formal entre as microempresas é maior no comércio, com exceção do Distrito Federal e do Rio de Janeiro, regiões urbanas em que o setor de serviços supera o comércio no número de trabalhadores. Por sua vez, nas empresas de porte pequeno, a participação do setor de serviços é nacionalmente superior à do comércio, ficando o primeiro com 37% dos postos, e o segundo com 32%.
Mulheres ocupam mais espaço no mercado formal
Na microempresa, embora o homem ocupe predominantemente as vagas de trabalho nos quatro setores da economia pesquisados (comércio, serviços, indústria e construção), com um total de mais de 3,5 milhões em 2006, é a mulher que, a cada ano, vem conquistando novos espaços no mercado, segundo informou a Agência Sebrae.
No universo das empresas de porte micro, entre 2002 e 2006, houve um crescimento de 39,6, o que representava 2.074.260 mulheres, para 41,3%, o que corresponde a 2.552.261 mulheres. Embora o crescimento não tenha sido alto, ele tem sido constante em todos os últimos anos abrangidos pelo estudo.
Em termos setoriais, o crescimento mais significativo ocorreu na indústria (de 31% para 32,9%), seguido pelo comércio (de 41,5% para 43,1%) e por serviços (48,1%). A construção é o único setor em que a mulher apresenta decréscimo quanto à ocupação das vagas. A queda foi de 0,5% no período da pesquisa. Em contrapartida, são essas poucas mulheres que trabalham na Construção que recebem os salários mais altos. Em 2006, elas recebiam, em média, 12,5% a mais do que os homens.
Homem perde espaço
Por outro lado, o homem vem tendo uma queda contínua de participação em todos os setores. No comércio, houve uma queda de 58,5%, em 2002, para 56,9%, em 2006. Assim como no setor de serviços, de 51,9% para 50,7%, e na indústria, de 69% para 67,1%. O setor da construção foi o único que registrou ligeira alta, de 92% para 92,5%.
Nas regiões metropolitanas, as mulheres estão mais presentes nas MPEs: Salvador (44,4%), Distrito Federal (42,1%), Belo Horizonte (42%), São Paulo (39,6%), Porto Alegre (39,5%) e Recife (38,3%). As médias e grandes empresas destinam entre 33% a 38% de suas vagas de trabalho às trabalhadoras.
Sobre o anuário
As bases de dados do Anuário reúnem informações de 6.073.056 micro, pequenas, médias e grandes empresas formais. Dessas, 2.241.071 declaram ter empregados. As MPEs representam 97,5%, ou seja, 2.184.934 desse universo, contra 2,5% de médias e grandes empresas.
No que se refere à mão-de-obra, essas MPEs empregam 13.248.527 pessoas. Já as médias e grandes empresas 12.827.677. A conclusão a que o anuário permite chegar é que as micro e pequenas empresas são responsáveis pela a grande maioria dos empregos formais no País.
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