Estudo relaciona espessura de câncer de pele a risco de metástase
O risco de metástase e a incidência do câncer de pele aumentam significativamente se o tumor tem mais de 6 mm de espessura e, caso esteja situado na orelha. A informação é de um estudo publicado na versão digital do "The Lancet Oncology".
De acordo com a pesquisa, realizada por cientistas alemães, também tem influência na probabilidade de propagação do carcinoma escamo-celular (tipo de câncer de pele) e de sua reaparição a presença de um tumor dermoplástico (formação de tecido anormal, de forma excessiva e descontrolada) e a supressão imunológica.
O câncer de pele é um dos que têm maior probabilidade de expansão para outras partes do corpo, aponta a revista médica. Os cientistas Kay Brantsch e Helmut Breuninger do departamento de Dermatologia da Universidade Eberhard Karls de Tübingen, na Alemanha, analisaram os fatores que permitem prever a metástase e a incidência.
Os pesquisadores examinaram o caso de 615 pacientes que tinham sofrido intervenções cirúrgicas entre 1990 e 2001 nesse mesmo centro na Alemanha.
Eles fizeram uma análise completa dos tumores extraídos --a espessura, o tamanho horizontal, a forma das células e o tecido--, e também consideraram o local do corpo no qual tinham surgido, o histórico de câncer de pele e de tumores dermoplásticos dos pacientes e o grau de supressão imunológica.
Além disso, mediram o tempo que transcorria entre o diagnóstico do primeiro tumor e o da metástase ou recorrência. Os 615 pacientes, de 27 a 98 anos, foram observados durante uma média de 43 meses.
Durante esse tempo, 26 pacientes --aproximadamente 4%- -tiveram metástase, enquanto a doença reapareceu em 20 deles, cerca de 3%. Os cientistas descobriram que os tumores de 2 mm ou menos não se espalhavam.
No entanto, houve metástases em 12 dos 318 tumores de entre 2,1 mm e 6 mm de espessura (por volta de 4%), e em 14 de 90 tumores com uma espessura de mais de 6 mm (quase 16%).
Os especialistas concluíram que, quanto mais espesso, maior o risco de metástases, que aumentava em até cinco vezes.
Em suas conclusões, os cientistas recomendam realizar um acompanhamento clínico com ultra-som a cada três ou quatro meses durante quatro anos nos pacientes com mais risco, embora reconhecessem que é necessário comprovar os benefícios para os pacientes com essa medida.
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