Dantas, Pitta e Nahas ficarão em celas separadas, informa PF
Os três estão entre as 17 pessoas presas na operação que investiga desvio de verbas públicas e crimes financeiros. A operação envolveu cerca de 300 agentes da Polícia Federal, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Prisões
O nome da operação, Satiagraha, significa resistência pacífica e silenciosa, conforme nota divulgada pela PF. O número de prisões pode ser alterado porque agentes ainda cumprem mandados, segundo a PF. Foram expedidos 24 de prisão e 56 de busca e apreensão.
Dos 17 mandatos de prisão, foram cumpridos 8 em São Paulo e 9 no Rio. A PF ainda busca outras 7 pessoas. Todos os 56 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo 38 em São Paulo, 16 no Rio, 1 na Bahia e 1 no Distrito Federal.
Suborno
Os agentes da PF apreenderam carros e R$ 1 milhão na casa de um dos detidos. Ele foi acusado de tentar subornar um delegado da PF a mando de Daniel Dantas. O suspeito teria oferecido US$ 1 milhão para o delegado retirar nomes do inquérito, de acordo com o Ministério Público Federal. A suspeita é de que parte do dinheiro apreendido fosse ser utilizado para a tentativa de suborno.
Nélio Machado, que defende Daniel Dantas, disse que a prisão ocorreu de forma irregular, uma vez que seu cliente não oferecia perigo, e negou as acusações de fraude. Segundo ele, Dantas não conhecia Celso Pitta nem Naji Nahas. Ele afirmou não ter obtido informações sobre o teor do processo e quando tiver disse que entrará com pedido de soltura.
Daniel Dantas
Segundo a PF, haveria dois núcleos principais na suposta quadrilha. Um deles seria comandado por Daniel Dantas e teria se beneficiado de recursos públicos, desviados pelos operadores do mensalão. Empresas de fachada teriam sido montadas para o desvio das verbas.
Além do grupo de Dantas, a PF teria descoberto um segundo núcleo, ligado ao primeiro, formado por empresários e doleiros que atuavam no mercado financeiro para fazer a lavagem do dinheiro. Esse grupo, segundo a PF, seria comandado pelo empresário Naji Nahas. Era nesse grupo que estaria o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
O elo entre os dois grupos seria Dantas e Nahas.
Celso Pitta
De acordo com o procurador da República Rodrigo de Grandis, Celso Pitta teria recebido de Naji Nahas dinheiro que viria do exterior. "Tudo sugere que o dinheiro entregue por Nahas a ele (Pitta) era dinheiro de Pitta que está no exterior. (...) Há fortes indícios que o dinheiro de Pitta é proveniente de dinheiro desviado da prefeitura (de São Paulo). Mas ainda não há certeza disso."
A advogada de Celso Pitta, Paula Sion de Souza Neves, afirmou que ainda vai se inteirar sobre o processo. "A gente agora vai se inteirar e provavelmente formular pedido para que ele seja solto antes dos cinco dias." Ela disse não saber se Pitta conhecia Naji Nahas.
Naji Najas
O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, responsável pela investigação da Operação Satiagraha, afirmou que o empresário Naji Najas tinha um "megacontato" que lhe repassava informações sigilosas do Banco Central norte-americano, o Federal Reserve (Fed).
"Muitos nos supreendeu do Fed, megacontato do Naji Nahas no Brasil e no exterior que teve indícios de manipulação do mercado financeiro internacional, onde ele se privilegia da informações para aplicar no mercado internacional", afirmou o delegado.
Em nota divulgada mais cedo, a PF havia informado que a operação detectou "indícios inclusive do recebimento de informações privilegiadas sobre a taxa de juros do Federal Reserve".
O advogado de Naji Nahas, Sérgio Rosenthal, disse nesta terça-feira (8) não ter conhecimento dos detalhes da operação que levaram à prisão de seu cliente.
"Nós estamos em meio à operação, a operação é sigilosa. Nós não temos os detalhes ainda. Assim que eu tiver detalhes eu poderei conversar com vocês", disse Rosenthal.
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