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Educação/Vestibular
Segunda - 07 de Julho de 2008 às 13:37

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Encerrada a greve de três semanas, os professores das escolas públicas estaduais voltarão hoje ao trabalho em condições inimagináveis para aqueles que encararam as passeatas e assembléias da categoria essencialmente como um problema para o trânsito das cidades. Uma pesquisa realizada com 580 professores pelos conselheiros da subsede de Campinas do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo - Apeoesp - mostra que um em cada quatro professores já foi agredido fisicamente pelos alunos. E 42% dos docentes já tiveram os seus carros danificados pelo corpo discente.

Os professores apontam também a constante depredação das escolas e a falta de apoio generalizada: da comunidade, dos pais e do poder público. Embora a mídia, os empresários, os governos e a classe média se mostrem incansáveis na repetição de que a educação é a prioridade, a pesquisa da Apeoesp mostra que os mestres parecem estar inapelavelmente sozinhos em um cotidiano inteiramente adverso.

Além dos professores, as escolas são alvo da violência. Pichação, destruição de móveis, depredação dos banheiros - alvos constantes de explosões de bombas detonadas por alunos - são as ações mais freqüentes. Os livros são o segundo bem material mais sujeito a destruição, depois dos automóveis dos professores.

A multiplicidade de causas indica a complexidade do problema, na maior parte das vezes tratado com simplismo pela mídia. A principal razão das agressões, de acordo com os professores entrevistados, é a estrutura familiar; em segundo lugar, está a educação na família; em terceiro, a impunidade; em quarto, a falta de limites. Falta de segurança nas escolas e de funcionários também figuram entre as razões da violência identificadas pelos pesquisados, assim como o contexto sócio-econômico e o problema das drogas. Os valores disseminados pela televisão, a leniência dos pais dos alunos, o desrespeito generalizado ao que é público estão entre as causas do comportamento agressivo dos estudantes, de acordo com os professores.

Chama a atenção, no rol de motivos da violência apontados pelos entrevistados, a progressão continuada, dispositivo adotado no Estado de São Paulo, entre outros, que impede a reprovação antes do término do ensino fundamental I (1ª a 4ª séries) e ensino fundamental II (5ª a 8ª séries). Um depoimento ilustra o efeito desse dispositivo na disciplina escolar: "Há a sensação generalizada de que o poder está exclusivamente nas mãos dos alunos. A noção de que o aluno passará de ano de qualquer modo faz com que não haja nenhuma espécie de comprometimento".





Fonte: Terra Magazine

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