Genes podem influenciar decisão de votar, diz estudo
A decisão de votar é, em parte, genética, sugere um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado na edição de julho da revista científica American Political Science Review.
Os pesquisadores da Universidade da Califórnia identificaram um vínculo entre a participação política e dois genes.
De acordo com o estudo, pessoas com uma variante do gene Maoa e do gene 5HTT tinham mais tendência a votar nas eleições presidenciais de 2000 no país.
A pesquisa inicial foi feita a partir dos registros do comparecimento às urnas de eleitores na cidade de Los Angeles.
Os pesquisadores compararam registros de gêmeos fraternos e idênticos e observaram que gêmeos idênticos, que compartilham 100% dos seus genes, têm uma conduta mais parecida com relação à participação política do que os gêmeos que dividem apenas 50% dos genes.
Os resultados indicam que 53% da variação no comparecimento às urnas se deve à diferença nos genes.
"Nossas descobertas são extremamente importantes para o modo como pensamos o comportamento político", disse James Fowler, que liderou o estudo.
Pesquisa
Para realizar o estudo, os pesquisadores analisaram um grupo de genes que estão relacionados ao comportamento social. Entre eles, o Maoa e o 5HTT são conhecidos por exercer uma influência na serotonina – molécula que faz parte do sistema que regula o medo, a confiança e a interação social.
Trabalhando com a hipótese de que pessoas com versões mais eficazes destes genes teriam mais tendência a votar, os pesquisadores analisaram os dados de eleitores da Califórnia, e avaliaram os padrões no âmbito nacional, usando um estudo de saúde dos adolescentes efetuado entre 1995 e 2002.
Segundo os resultados, pessoas que possuem expressão mais eficaz desses dois genes aumentam em 10% as chances de comparecer às urnas.
O estudo observou ainda que as diferenças vinculadas com os genes se estendem a uma grande variedade de tipos de participação política, como doações para campanhas, candidaturas e até manifestações.
"Nós esperávamos identificar que os genes tinham um papel importante no comportamento político, mas ficamos surpresos pelo tamanho do impacto e como ele se aplica em diversas formas de participação política", disse Fawler.
"O próximo passo será descobrir porque os genes importam tanto na hora da participação política", afirma o estudo.
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