Beber vinho tinto pode ajudar a envelhecer bem, sugere estudo
A pesquisa, coordenada por David Sinclair, da Universidade Harvard, e Rafael de Cabo, do Instituto Nacional do Envelhecimento dos EUA, está na revista científica "Cell Metabolism". O que os pesquisadores viram foi uma forte correlação entre os efeitos do resveratrol e a chamada restrição calórica -- ou seja, passar fome, mas sem ficar desnutrido.
Por razões que ainda são motivo de imenso debate entre os cientistas, a restrição calórica retarda o envelhecimento num sem-número de organismos, de vermes a camundongos (os testes em primatas, como os macacos e nós, ainda não foram concluídos). Em muitos casos, o procedimento pode mesmo prolongar significativamente a vida. No entanto, como pouca gente seria capaz de cortar até 50% das calorias em cada refeição, ou então comer apenas dia sim, dia não, a grande busca dos pesquisadores é achar um composto que reproduza esses resultados sem a fome que os acompanha.
Candidato forte
Por enquanto, o resveratrol do vinho tinto é o melhor candidato para conseguir essa façanha. No experimento relatado na "Cell Metabolism", os cientistas ministraram grandes doses da substância a camundongos de um ano (o equivalente à meia-idade humana). Um grupo controle recebeu uma dieta sem resveratrol, para comparação.
O resultado foi muito semelhante ao que se vê no caso da restrição calórica. Os bichos tiveram menos osteoporose, menos cataratas, situação cardiovascular melhor e menos perda de coordenação motora, embora, no geral, não vivessem mais do que o grupo controle. De qualquer maneira, a qualidade de vida dos bichos na velhice foi muito mais elevada.
Os pesquisadores dizem esperar que resultados parecidos sejam verificados em humanos. Já há planos, por exemplo, de testar o resveratrol contra a diabetes tipo 2.
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