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Sábado - 08 de Junho de 2013 às 10:55

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O pintor alemão Willi Sitte, expoente da arte por incumbência da extinta Alemanha comunista e retratista do Politburo germânico-oriental, faleceu aos 92 anos, informaram neste sábado fontes da fundação que leva seu nome.


 
O artista morreu em sua casa na cidade de Halle, no leste do país, em consequência de uma longa doença, acrescentou a fonte.


 
Presidente da Associação de Artes Plásticas da República Democrática Alemã (RDA) entre 1974 e 1988, era considerado o máximo representante do chamado realismo socialista alemão dos anos da Guerra Fria.


 
"Sua morte nos deixa profundamente abalados. Mas, ao mesmo tempo, nos impulsiona a trabalhar para a projeção futura de seu legado artístico", disse o presidente da Fundação Willi Sitte, Hans-Hubert Werner, em comunicado.


 
A entidade que leva o nome do artista, com sede em Merseburg, nos arredores de Berlim, conserva boa parte da produção do pintor, que ficou postergado dos circuitos artísticos após a queda do Muro (1989) e conseguinte dissolução da Alemanha Oriental (1990).


 
As obras denominadas de "propaganda" da extinta Alemanha comunista foram incluídas por alto em algumas grandes exposições recentes sobre a arte na RDA, como a que aconteceu na Neue Nationalgalerie de Berlim, em 2003, ou em Weimar, em 2012.


 
Em ambos os casos, a obra de Sitte esteve presente como exemplo da arte propagandística a serviço da RDA, em contraposição aos valores surgidos do outro lado do Muro.


 
Entre as obras mais características de Sitte está a "Homenagem a Lênin", considerada expoente dessa arte por encomenda ou subvencionada por parte do Politburo.


 
Sitte nasceu em fevereiro de 1921 em Kratzau, atual República Tcheca, se formou como artista já na Alemanha e serviu na Wehrmacht de Hitler até 1944, ano em que desertou para se unir aos partisans italianos.


 
Em Milão, Veneza e outras cidades italianas, ele viveu o pós-guerra, até que em 1947 retornou à Alemanha, mas na Alemanha Oriental, em cujo partido comunista único ingressou como militante.


 
A partir daí, começou a ser conhecido como artista oficial do regime germânico-oriental, apesar de manter inicialmente também posturas críticas para com autoridades do país. Ele também chegou a ser deputado da Assembleia Popular e principal responsável por sua Academia de Artes Plásticas.


 
Com a reunificação alemã, ficou afastado da vida artística até que, por ocasião de seu 85º aniversário, em 2006, foi criada a fundação que leva seu nome, e com isso readquiriu parte do prestígio do passado.




Fonte: Terra

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