Indústria apresenta produção elevada e estável, aponta IBGE

Embora a produção industrial de maio tinha apresentado a segunda queda do ano, na comparação com o mês anterior --havia sido observada redução de 0,5% em fevereiro o quadro indica que a indústria encontra-se em um patamar alto e estável de produção. O coordenador da Pesquisa Industrial Mensal, Silvio Sales, explicou que boa parte da queda de 0,5% verificada em maio pode ser atribuída ao chamado efeito-calendário.

"É uma característica do ano de 2008 ter uma mobilidade muito forte no calendário. Isso vai prevalecer também no semestre, mas de modo favorável", afirmou Sales. Em maio deste ano, foram 20 dias úteis, dois a menos do que em 2007.

Sales ressaltou que a média móvel trimestral encerrada em maio teve alta de 0,1% sobre a média móvel encerrada em abril. Isso, segundo ele, é mais um indicador do nível estável da indústria. Ele acrescentou que o aumento das importações teve certa influência sobre a produção interna de alguns setores.

"Não há sinal ainda de inflexão da produção, ainda que maio tenha sido menor que abril", ddestacouSales.

A queda observada na produção da indústria automobilística (-5,5%), na comparação com abril, não indica um arrefecimento do nível desta atividade. Sales observou que, além do próprio efeito-calendário, a indústria automobilística teve uma base de comparação muito forte. Em abril, a produção de veículos atingiu patamar recorde na pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A queda de 4,9% observada na produção de bens de capital não chega a preocupar Sales. Segundo ele, os subsetores deste segmento ainda mostram crescimento vigoroso na comparação com 2007, e as sondagens junto aos empresários apontam que a expectativa continua positiva.

"Nos parece número pontual. É um setor que vem de um ciclo de crescimento bastante longo", concluiu.