Polícia testará sangue de motoristas flagrados pelo bafômetro
Isso significa que os delegados poderão prender os motoristas alcoolizados em flagrante com base na nova lei, que entrou em vigor na semana passada. No entanto, além de levar em conta o teste de bafômetro feito pela Polícia Militar, eles deverão enviar o motorista com suspeita de embriaguez ao IML (Instituto Médico Legal) para que peritos da Polícia Civil também constatem se o motorista estava alcoolizado ou não.
Para fazer isso, os peritos deverão coletar sangue do motorista ou realizar um exame clínico --caso o suspeito se recuse a ter seu sangue retirado.
Blitz
Entre o último dia 20 (início da operação Direção Segura, da PM) até o início da noite de ontem, oito motoristas haviam sido presos na capital por beber antes de dirigir.
Eles fizeram exame de bafômetro e registraram uma dosagem alcoólica igual ou superior a 0,3 mg de álcool por litro de ar expelido no bafômetro, o equivalente ao consumo aproximado de dois chopes.
Pela nova lei, o consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica já gera punição para o motorista. Quem registrar índice superior a 0,1 mg por litro de ar expelido (ou 2 dg de álcool por litro de sangue) recebe multa por infração gravíssima, perde o direito de dirigir por um ano e tem o carro apreendido. O consumo de dois bombons de licor pode extrapolar esse limite. Já quem ultrapassar o índice de 0,3 mg no bafômetro ou 6 dg no exame de sangue sofre as mesmas punições e também pode ser preso.
Ontem entre 100 e 120 PMs iniciaram a montagem de um bloqueio na zona norte, que começou às 22h30 e estava previsto para acabar às 4h. Na avenida General Ataliba Leonel, 18 carros haviam sido parados até a 1h. Ninguém foi flagrado com taxa superior a 0,1 mg de álcool por litro de ar no bafômetro.
Sandro Villas Boas, 31, assistente financeiro, concorda com a ação policial. "As pessoas ficam bêbadas e fazem besteira."
Equipamento
As polícias militares do Rio e de São Paulo receberam doações de bafômetros ontem. No Rio, o Detran entregou 600 bafômetros à polícia --a corporação não tinha nenhum equipamento e pretende, agora, comprar mais 600 aparelhos.
Em São Paulo, a prefeitura doou 40 bafômetros --eles foram comprados em 1997 e pertenciam à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Segundo a prefeitura, serão usados pela PM por um prazo mínimo de cinco anos. A PM de São Paulo tem atualmente 15 bafômetros em operação e outros 45 em fase de homologação.
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